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MILHO - Avanço da colheita da segunda safra aponta quebra de ao menos 12% no Paraná

A segunda safra de milho no Paraná deve fechar a semana com quase 70% da área colhida, com a indicação de que as perdas estaduais por problemas climáticos devem chegar a 1,6 milhão de toneladas (t) somente no período de inverno, ou quebra de 12,5%. Segundo números do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), a produção deve ficar em 11,2 milhões t, ante 12,8 milhões de t previstos em janeiro pela entidade.
O índice de perdas é quase equivalente ao aumento de área plantada no Estado para a safrinha, que foi de 1,930 milhão de hectares (ha) em 2014/15 para 2,191 milhões há em 2015/16, alta de 13,5%. Houve período sem chuva de até 30 dias entre abril e maio no Paraná, durante a fase reprodutiva das lavouras, principalmente nas regiões Norte e Oeste. Depois, no inverno, geadas e chuvas fortes chegaram a deixar agricultores com as plantas no solo, o que inviabiliza a colheita mecanizada do milho.
Prejuízos localizados que devem manter os preços da commodity nas alturas ao menos até o início da safra de verão, em fevereiro de 2017, o que beneficia produtores e prejudica quem depende do produto para ração, como avicultores e suinocultores. Depois de uma drástica redução na área plantada a partir de 2013, após a queda no valor da cotação para níveis na linha dos custos de produção, o valor médio disparou.
O gerente técnico e econômico da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), Flávio Turra, afirma que a produção de milho já vinha de um ano de estoques baixos, depois da redução da área plantada e do aumento das exportações em 2015. Por isso, não há como evitar o aumento nos valores. "Estamos em época de colheita e os preços recuaram para R$ 35 a R$ 40, mas chegaram a ficar perto de R$ 50. O preço deve voltar a crescer na entressafra, no fim do ano, e só deve se estabilizar com a nova colheita da safrinha, em julho de 2017."
Isso porque Turra não vê espaço para um aumento significativo na área plantada na cultura de verão. "Mesmo que se aumente 25% em relação aos 415 mil hectares do ano passado e a produção tenha alta equivalente, não chegaria a 4,5 milhões de toneladas no total", diz. Como o Centro-Oeste do País não planta milho nesse período, a maior parte da colheita ocorre mesmo no inverno.

Perdas contabilizadas
O analista da cadeia de milho do Deral, Edmar Gervásio, afirma que não há previsão para o aumento de área plantada, o que pode ocorrer até o fim do mês, já que algumas regiões começaram o plantio na última segunda-feira, de acordo com o zoneamento. Porém, cita que ainda é possível que as perdas do milho aumentem. "Está estimada em 12%, mas é na colheita que se vê a real condição no campo", explica.
Para Gervásio, não há falta de milho no Paraná, mas isso no momento. Mesmo assim, vê problemas para avicultores e suinocultores, que estão quase 100% e cerca de 80% ligados a empresas integradoras, respectivamente. "Quem tem aumento de custo é o integrador e a tendência é repassar ao consumidor", finaliza.
Fábio Galiotto
Reportagem Local/folha de londrina

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