Cerca de 1,8 milhão de paranaenses voltam às urnas neste domingo

Quase 1,8 milhão de paranaenses voltam às urnas eletrônicas neste domingo (30), em Curitiba, Ponta Grossa e Maringá, para o segundo turno das eleições municipais 2016. Em todo o País, são esperados 32,9 milhões de eleitores em 57 cidades, para a escolha do próximo prefeito.
O segundo turno está previsto na legislação eleitoral para a definição dos ocupantes dos cargos executivos – presidente da República, governador e prefeito – apenas nos municípios com mais de 200 mil eleitores, quando nenhum dos candidatos alcança mais da metade dos votos válidos no primeiro turno. No caso do Paraná, Londrina (353 mil) e Cascavel (206 mil) completam a lista dos maiores colégios eleitorais, entretanto, as disputas nestas localidades já estão resolvidas com as vitórias, respectivamente, de Marcelo Belinati (PP) e de Paranhos (PSC).
De acordo com a coordenadoria de comunicação do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná, a apuração deverá ser definida até as 18 horas.
CURITIBA
Os curitibanos conhecerão o sucessor de Gustavo Fruet (PDT), primeiro prefeito eleito da cidade a não conseguir chegar ao segundo turno. A promessa de fazer uma campanha propositiva não foi cumprida e a capital paranaense viu um dos pleitos mais acirrados desde 2000, com o economista Rafael Greca (PMN) e o administrador de empresas Ney Leprevost (PSD) partindo para ataques pessoais e desconstrução do adversário. Até o fechamento desta edição, todas as pesquisas indicavam um empate técnico entre ambos.
Enquanto o ex-ministro do Turismo tenta voltar ao cargo depois de 20 anos [ele chefiou o Palácio 29 de Março entre 1993 e 1996), o deputado estadual busca sua primeira vitória no Executivo. Os dois desbancaram, além de Fruet, outros cinco candidatos: Maria Victoria (PP); Requião Filho (PMDB); Tadeu Veneri (PT); Ademar Pereira (Pros) e Xênia Mello (PSOL). Na primeira etapa da disputa, Greca conseguiu a maioria dos votos - 356.539 (38,38%), contra 219.727 (23,66%) do político do PSD.
Agora, com o realinhamento de forças, fica difícil apostar em um vencedor. O escolhido administrará a cidade de 1,89 milhão de habitantes e 1,2 milhão de eleitores de 2017 a 2020, tendo à sua disposição inicialmente um orçamento de R$ 8,5 bilhões. Os desafios vão desde gerenciar um sistema de transporte público em decadência a resolver o problema de uma licitação de lixo emperrada há anos. Para isso, sabe-se que o próximo prefeito contará com uma rede de aliados, dos mais diferentes partidos.
Curitibano de 60 anos, Greca se lançou na corrida eleitoral tendo o controverso apoio do governador Beto Richa (PSDB) e uma coligação composta por sete siglas: PMN, PSDB, PSB, DEM, PTN, PSDC e PT do B. O principal cabo eleitoral de Leprevost, por sua vez, é Ratinho Jr. (PSD), secretário de Estado do Desenvolvimento Urbano, também na gestão tucana. A aliança do parlamentar de 42 anos, que se licenciou da Assembleia Legislativa (AL) para se dedicar integralmente ao pleito, inclui ainda PEN, PPL, PTC, PSL e PCdoB.
POLÊMICAS
Se no primeiro turno o ex-prefeito foi o principal alvo, sobretudo por ter liderado todos os levantamentos de intenção de voto, no segundo as acusações foram mútuas. Greca relembrou que Leprevost votou a favor do auxílio moradia para juízes, na AL, que se formou na Faculdade Estadual de Tocantins (Unitins), 944ª colocada em um ranking nacional feito pelo jornal "Folha de S.Paulo", em um curso a distância, e ainda questionou a atuação do irmão do deputado, João Guilherme Leprevost, em uma operação envolvendo um terreno do governo do Estado cedido ao Instituto Paranaense de Cegos.
Já Leprevost destacou que "sempre esteve ao lado dos professores", em alusão ao "Massacre do Centro Cívico", ocorrido em 29 de abril de 2015. Naquela ocasião, a Polícia Militar (PM) reprimiu com violência um protesto de servidores contrários à reforma na previdência estadual, deixando mais de 200 feridos. Também questionou a recente afirmação do adversário, durante sabatina na PUCPR, de que quando jovem vomitou ao carregar no carro um pobre, "por causa do cheiro", e o período em que ele foi comissionado no Senado. "Enquanto eu fiz faculdade a distância, Greca foi servidor a distância, trabalhando para Renan Calheiros de Curitiba", disse, no debate na RIC TV Record.
Edson Ferreira
Mariana Franco Ramos Reportagem Local/FOLHA DE LONDRINA
Mariana Franco Ramos Reportagem Local/FOLHA DE LONDRINA


