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Tratamento de adolescente com doença rara mobiliza Jacarezinho



Gustavo Oliveira (centro) com parte da equipe médica do Better Being Hospital, em Bangkok, onde iniciou terapia contra distrofia muscular de Duchenne


Jacarezinho - Para possibilitar ao filho Gustavo Mello de Oliveira, de 15 anos, recuperar pelo menos parte dos movimentos dos músculos, o empresário Adriano José de Oliveira, pai do garoto, custeou a primeira fase do tratamento do outro lado do mundo, na Tailândia. Para isso, ele teve que se desfazer de parte do patrimônio e complementar o restante com a venda de uma rifa entre amigos e familiares. O tratamento custou cerca de R$ 160 mil.
O adolescente tem uma doença rara, a distrofia muscular de Duchenne, que o impede de fazer movimentos simples, como levar um garfo com comida à boca. Os pais descobriram a enfermidade quando ele completou seis anos. Aos nove, Gustavo já não caminhava mais. A doença é degenerativa e incapacitante. A terapia na Tailândia representa a única esperança para a família. "O tratamento com células-tronco não promove a cura, mas melhora a qualidade de vida do paciente", explica Adriano Oliveira, que está buscando recursos para voltar com o filho à Tailândia no ano que vem, para dar continuidade ao tratamento.

MOBILIZAÇÃO
Um grupo de amigos de Jacarezinho também se mobilizou para ajudar Gustavo a manter o tratamento. Para isso, vão promover o Motor Show, evento que contará com apresentações musicais, praça de alimentação e exposição de motos e jipes. Toda a renda será revertida para o tratamento de Gustavo Oliveira. O Motor Show acontece no sábado, a partir das 11 horas, na sede do grupo Mike Maluko, na Avenida Brasil 864, em Jacarezinho.
A primeira viagem à Tailândia foi custeada com recursos próprios do empresário que ficou 25 dias com o filho em tratamento, acompanhado da esposa, mas o dinheiro não é suficiente para garantir o tratamento em 2017. No país asiático, Adriano Oliveira contou com apoio de jogadores brasileiros que atuam no futebol tailandês, como é o caso do mineiro Raphael Botti e do santista Douglas Freitas, que auxiliaram o empresário no tratamento com o filho.

POLÊMICA
O tratamento com células-tronco é contestado por médicos brasileiros e não tem o aval do Ministério da Saúde (MS). Pacientes de várias regiões do País têm ingressado com ações na Justiça para que a União custeie o tratamento, que custa em média R$ 130 mil. Na Tailândia, o tratamento é feito no Better Being Hospital, que mantém uma versão do site em português e conta com tradutor fixo para o idioma em Bangkok, tamanha a demanda.
Desde 2014, cerca de 80 brasileiros já se submeteram ao tratamento. As células-tronco são fornecidas ao hospital tailandês pela Beike Biotech, segundo Ivory Souza Júnior, representante da empresa chinesa no Brasil. O tratamento com células-tronco é feito também para doenças como paralisia cerebral, lesão medular, distrofia e problemas de visão.
De acordo com o Ministério da Saúde (MS), há um único tratamento de células-tronco regulamentado no Brasil e oferecido pelo SUS, mas utilizado apenas em casos de leucemia e outros tipos de câncer.
No caso do tratamento na Tailândia, as células-tronco são injetadas diretamente nos músculos. Gustavo recebeu sete doses. Cada dose custa, em média, 4.500 dólares, cerca de R$ 14.500. Ainda segundo o MS, há outros tratamentos em caráter experimental, mas que não comprovaram eficácia. Embriões, fetos ou o cordão umbilical fornecem as células-troncos, que de maneira escassa, também estão presentes em adultos. A técnica é uma grande aposta da ciência, mas a eficácia do tratamento foi constatada apenas em terapias utilizadas para tratar algumas doenças relacionadas a problemas sanguíneos, de medula óssea e em algumas disfunções do sistema imunológico, conforme informações da Sociedade Internacional para a Pesquisa com Células-Tronco.

MOTOR SHOW NA CAMPANHA
QUANDO: sábado (dia 15), a partir das 11 horas
ONDE: sede do grupo Mike Maluko, na Av. Brasil 864 - Jacarezinho
Marcos André de Brito
Especial para a FOLHA DE LONDRINA

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