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Do Vale do Silício para Cornélio Procópio



"Hoje, vemos que os alunos não ficam pensando só em terminar o curso e trabalhar numa empresa. Mas, eles pensam em ter a própria empresa deles. Acho que isso faz toda a diferença", avalia Fernanda de Araújo


Cornélio Procópio - Jovens empreendedores e com boas ideias estão mudando a cara de Cornélio Procópio, uma cidade ainda sem tradição em economia inovadora e tecnológica, mas que está se despontando no cenário regional de startups. É o caso da analista de sistemas Fernanda de Araújo, de 27 anos. Ela e seus dois sócios, Rafael do Prado Ribeiro e Leandro de Araújo, trouxeram recentemente para o Brasil um novo projeto de negócios que foi criado no Vale do Silício, na Califórnia (EUA), conhecida por ser polo mundial de grandes empresas da área de tecnologia.
Fernanda, que é cofundadora da Gempe, uma startup de desenvolvimento de aplicativos e soluções em TI, esteve, há alguns meses, na região californiana, para participar do maior evento de tecnologia do Google, estreitar relacionamentos e conhecer as novidades do setor. No evento, ela integrou uma equipe que concebeu a Meedhit, um portal de comércio eletrônico colaborativo no ramo de eventos. A plataforma permite que qualquer pessoa ajude a promover eventos e ganhe uma comissão pelas vendas de ingressos on-line.
O piloto foi testado nos EUA, com a divulgação de um evento organizado por uma das maiores aceleradoras do Vale do Silício. "Eles pagaram até 30% de comissão para quem conseguisse vender o ingresso", conta Fernanda. Para a empresa, foi um ótimo investimento, já que, pelas mídias tradicionais, teria que desembolsar um porcentual bem maior, de até 50%, segundo a empreendedora.
De acordo com a analista de sistemas, a ideia é que, no futuro, o mesmo sistema possa ser implantado também em lojas on-line, de modo que qualquer pessoa possa ganhar comissão sobre a venda de produtos em sites. Ela também participou da criação do aplicativo Report City, o qual conecta os gestores públicos à população, que usa o espaço para comunicar em tempo real os problemas da cidade.
"Hoje, vemos que os alunos não ficam pensando só em terminar o curso e trabalhar numa empresa. Mas, eles pensam em ter a própria empresa deles. Acho que isso faz toda a diferença", avalia ela, que fundou sua primeira empresa ainda no último ano de faculdade.



UTFPR
A startup de Fernanda está instalada na Incubadora de Inovações Tecnológicas da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), em Cornélio Procópio. Ela integra um grupo de 12 empresas que têm sede em um dos prédios da universidade. Além da incubadora, a instituição também abriga um Hotel Tecnológico, o qual tem a função de pré-incubação, ou seja, de oferecer apoio para que os empreendedores transformem suas ideias em uma empresa formalizada juridicamente e com um produto pronto para ser comercializado no futuro. No hotel, encontram-se hoje sete projetos em andamento.
"São 19 empreendimentos no total, o que é muito importante em uma cidade como a nossa que tem 45 mil habitantes. Ter este número de empreendimentos inovadores aqui é muito interessante para Cornélio", avalia Felipe Haddad Manfio, diretor de relações empresariais e comunitárias da UTFPR de Cornélio Procópio.
Segundo ele, alguns fatores beneficiam a criação de ambiente propício para o desenvolvimento da cultura de inovação e tecnologia na região de Cornélio Procópio, tais como a existência de instituições de ensino superior e também a proximidade de Londrina. Para Manfio, Cornélio pode se tornar um polo de startups, porém há ainda muitas mudanças a serem feitas para favorecer empresas a se instalarem na cidade, como, por exemplo, a melhoria em incentivos fiscais por parte do município. "A nossa ideia é transformar Cornélio numa referência. Nós temos uma região que está se desenvolvendo muito fortemente nesta área", afirma o diretor.
Carol Santos
Especial Para a FOLHA DE LONDRINA

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