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Indústria do Paraná prevê perdas de R$ 3,2 bilhões com feriados

Fiep propõe a transferência de feriados, o que reduziria as perdas em R$ 1,158 bilhão


O ano de 2017 não gerou uma boa perspectiva para a indústria. Depois de um 2016 de economia precária, a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) prevê um prejuízo de R$ 3,185 bilhões com os feriados que caem em dias úteis, o que representa 4,42% do PIB Industrial do Estado. E em 2017, apenas um feriado – o de Ano Novo – não cai em dia de semana (veja no infográfico).

Isso quer dizer que, neste ano, teremos 11 feriados em dias úteis, um a mais que em 2016, sendo que cinco deles caem em uma terça ou em uma quinta-feira. Em virtude disso, muitas indústrias poderão ainda "emendar" o feriado, aumentando para 15 o número de dias parados, e – desconsiderando a existência de um plano de compensação de horas de trabalho -, elevando o prejuízo da indústria para R$ 4,343 bilhões, 6,02% do PIB Industrial. O levantamento não considerou a quarta-feira de Cinzas, que é ponto facultativo até as 14h.

A fim de amenizar o impacto dos feriados prolongados, a Fiep propõe a transferência de feriados que acontecem na terça para segunda-feira e dos feriados que caem na quinta para sexta-feira, o que reduziria as perdas em R$ 1,158 bilhão. "A produção industrial é feita da capacidade industrial instalada. Um dia só que não se trabalha reflete no faturamento da indústria, no recolhimento de impostos. Os custos não baixam, e isso vai para o preço do produto", declara Carlos Walter Martins Pedro, vice-presidente da Fiep e coordenador do Conselho de Relações do Trabalho da entidade.

Segundo Martins Pedro, essa não é a primeira vez que a Federação reivindica a transferência de feriados. "É uma proposta que temos para minorar as perdas. A questão de dias pontes é uma situação muito ruim. Ao desligar as máquinas para reiniciar após o feriado, perde-se muito. Este ano, com todos esses feriados, seria o momento adequado de levar isso adiante."



Brasil 
Segundo cálculos da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), a indústria brasileira deverá perder R$ 66,8 bilhões com os nove feriados nacionais e três pontos facultativos de 2017, ou 4,4% do PIB Industrial do País - o maior percentual desde 2008. A arrecadação também cai com a paralisação das atividades industriais. A Firjan estima perdas de R$ 27,6 bilhões no recolhimento de tributos federais, estaduais e municipais, o equivalente a R$ 2,5 bilhões a cada feriado nacional.

Comércio
Para o presidente da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), Cláudio Tedeschi, mais importante que dias a menos de atividade no comércio é a perspectiva dos comerciantes, que está melhor em relação a 2017. Em 2015, apenas 30% dos respondentes em pesquisa do gênero, realizada pela Acil, disseram acreditar que o ano de 2016 seria melhor para as vendas. Em 2016, esse índice – relativo às expectativas para 2017 - aumentou para 92%, comemora Tedeschi. Para ele, uma esperança melhor na economia aumenta o consumo e aquece os investimentos nos negócios, fazendo com que os resultados do comércio sejam melhores. "A expectativa do empresário é mais importante que dois feriados a mais ou a menos."

Turismo
Se para alguns setores os feriados prolongados trazem impactos negativos, para outros é motivo de comemoração. O de turismo é um deles. O Ministério do Turismo projeta que os dias de folga em 2017 deverão injetar R$ 21 bilhões a mais na economia brasileira, e que mais de 10,5 milhões de viagens serão realizadas nesse período.

O levantamento levou em consideração um acréscimo de 22 dias de folga no calendário de 2017. A Associação Brasileira das Agências de Viagem (Abav) estima um crescimento de 8% a 14% na demanda por viagens de lazer.

Delegado da Abav-PR em Londrina, Marcos Romani ressalta que os feriados prolongados irão estimular, sobretudo, as viagens para cidades da região, trazendo impactos positivos para a economia regional. "As pessoas costumam viajar para destinos não tão distantes. Uma boa pedida é o próprio Paraná." Para o consumidor, a vantagem é poder se programar com antecedência, pesquisar mais, conseguir preços melhores e ter mais tempo para pagar. "As agências já estão começando a sentir o impacto. O brasileiro vai conseguir viajar mais e pagando menos com o equilíbrio da demanda."
Mie Francine Chiba
Reportagem Local/folha de londrina

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