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INVESTIMENTO - Projetos que fazem a diferença na Educação

"É fácil escrever; É só deixar a imaginação voar", ensina Carla Gabriela Leme
Ibiporã - Poemas, fábulas, histórias em quadrinhos, contos e romances. Os gêneros literários trabalhados por alunos de uma escola municipal de Ibiporã (Região Metropolitana de Londrina), ao longo de 2016, transformaram-se no livro "Leitores e escritores: Nossas Histórias". Todo o conteúdo o foi produzido dentro do projeto "A União Faz a Vida", promovido por uma cooperativa de crédito, que escolheu a educação como pilar da sua responsabilidade social. Investir na educação é a aposta também de pelo menos outras duas cooperativas da região.
O projeto "A União Faz a Vida" existe há 21 anos e começou por iniciativa da Fundação Sicredi. A partir de 2008, foi adotado pelo Banco Sicredi no Estado. Está presente em 25 municípios, incluindo Londrina e Ibiporã, auxiliando os professores a trabalharem de forma diferente com os alunos. A proposta é uma metodologia onde o aluno e o docente constroem o conhecimento juntos.
Em 2015, os professores de Ibiporã que participam do projeto receberam capacitação para perceberem como poderiam aliar o conteúdo curricular com um ensino em que o aluno ganha voz. No município, o projeto está presente em 11 Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) e em nove escolas de ensino fundamental de período integral.
"Percebi que a leitura, escrita e o gêneros textuais eram uma dificuldade dos alunos, então resolvi trabalhar o assunto", afirma a professora do 4º ano A da Escola Municipal Almerinda Felizetti do Nascimento, Silvia Madalena Duarte Portella. Como ponto de partida, as crianças fizeram uma pesquisa com os moradores vizinhos da escola sobre os hábitos de leitura. "Para nossa surpresa, descobrimos que o bairro tem o hábito de ler. E as crianças também ficaram sabendo de livros que nunca tinham ouvido falar", explica.
Ao longo do ano, os estudantes pesquisaram sobre os livros e os gêneros e produziram textos. O projeto ensina o professor também a trabalhar a multidisciplinaridade. "Na matemática, por exemplo, trabalhei com as datas em que os livros foram escritos. Na geografia, onde os autores nasceram. Usando a criatividade dá para explorar bastante", diz Silvia.
A metodologia utilizada pelo "A União Faz a Vida" foge do ensino tradicional, onde o professor leva para a sala de aula o conhecimento pronto e entrega ao aluno. "Agora você vai acolhendo o que a criança traz e constrói o saber junto com ela."
Esse novo olhar sobre o ensino exige mais do professor, que precisa estar preparado para o que o estudante vai propor. "Tive que ler muito e pesquisar. Mas no final, quando pegamos o livro na mão, foi emocionante", afirma docente.
Os alunos se envolveram inteiramente no projeto e apresentam os textos dos livro com orgulho. "Aprendi a escrever melhor", resume Carla Gabriela Leme, de 9 anos. No livro, ela fez a autobiografia e afirma que agora é seu gênero literário preferido. "É fácil escrever. É só deixar a imaginação voar. Se ficar pensando muito no que vai escrever, não sai nada", ensina.
Victor Emanuel Casemiro de Matos, de 10, garante que passou a ler mais, a pensar melhor, e aprendeu como usar a pontuação. Para Milene de Moura, também de 10, seus textos ganharam qualidade.

METODOLOGIA
De acordo com a assessora de programas sociais do Sicredi, Sandra Michels, são contratados profissionais para ensinar aos professores a metodologia e acompanhar o andamento dos projetos. "É uma mudança de comportamento do professor. Ele muda a maneira de ensinar. Sai do caderno, mas não deixa de dar o conteúdo programado. Só faz de uma maneira diferenciada", afirma.
Também é percebido uma mudança nos alunos, que participam mais da aula. "Ele escolhe o que quer estudar e isso faz com que se sinta dono do que aprendeu", observa. (Leia mais na pág.2)
Aline Machado Parodi
Reportagem Local/FOLHA DE LONDRINA

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