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Norte Pioneiro luta para aumentar o PIB

Cornélio Procópio – Dados do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) mostram que o Norte Pioneiro é a mesorregião do Estado com menor distribuição de riqueza por habitante. O Produto Interno Bruto per capita da região, em 2014, era de R$ 19.698. Em cinco anos, houve uma evolução de 34,5% no PIB por pessoa, que em 2010 era R$ 12.893.
A região também é um das que possui menor participação no bolo do PIB paranaense. Conforme o IBGE, nos últimos anos, está em curso um processo de desconcentração da riqueza da Região Metropolitana de Curitiba (RMC). A capital perdeu 10,6% de sua participação no PIB para o interior entre 2010 e 2014. A região que mais ganhou campo foi o Noroeste, onde estão cidades como Umuarama e Cianorte, que viu sua fatia aumentar 17,8%.
O Norte Pioneiro, onde vivem 863 mil pessoas (7,7% da população), aumentou a participação no bolo do PIB estadual em apenas 2,6% em cinco anos. Conforme o IBGE, é o menor aumento entre as 9 mesorregiões do interior do Estado. O segundo pior desempenho foi o Centro Sul, onde estão os municípios de Guarapuava e Palmas, que representa 4,7% da riqueza do Paraná.



CAUSAS
A falta de grandes polos industriais e a história colonizadora da região são as explicações para esta situação, segundo o professor do curso de Economia da Universidade Estadual Norte do Paraná (Uenp), e secretário do Conselho de Desenvolvimento Econômico Procopense (Codep), Fernando Antônio Sorgi. "Um PIB baixo significa que a produção é baixa, ou possui pouco valor agregado. Infelizmente sabemos que no Norte Pioneiro não há cidades polos grandes, como Londrina ou Cascavel, que atraem investimentos", afirma.
Segundo o professor, a história é um componente importante para compreender a situação atual. "É uma região colonizada por mineiros e paulistas no início do século 20. Grande parte deles produziam café nas fazendas do Norte do Paraná, mas investiam o dinheiro nos outros estados, por isso a indústria em São Paulo e Minas se desenvolveram tão rápido. Não houve investimento forte em indústria e comércio locais", diz.



Com o esvaziamento do campo, as cidades não se atualizaram e foram aos poucos perdendo população. "Vemos hoje muitas pequenas cidades sem infraestrutura, onde os jovens saem em busca de melhores opções nos grandes centros, e os que ficaram acabam dependentes dos governos, gerando um ciclo vicioso, que não traz benefícios", afirma o economista.
Ele reforça que faltaram políticas públicas estaduais e municipais para desenvolvimento industrial da região. "O Norte Pioneiro continua apegado ao setor agropecuário primário. É um setor importante, mas seria essencial agregar valor por meio da industrialização, produção de tecnologia. O preço de um porco, por exemplo, gera determinada riqueza, porém, se ele se transforma em presunto, que é produzido por uma indústria, existe um valor maior embutido, e uma geração maior de empregos, movimentando toda a economia", explica o professor.
Sorgi cita como bons exemplos da região as cidades que desenvolveram o PIB per capta aliado ao crescimento populacional, como Siqueira Campos, Jaguariaíva, Arapoti, Ibaiti, Joaquim Távora, Santo Antônio da Platina e Cambará. "São cidades que investiram na atração de indústrias. Em Siqueira Campos temos uma forte autopeças, confecções, e em Santo Antônio da Platina uma grande fábrica de componentes elétricos, que transformaram a economia dos municípios próximos".
Rubia Pimenta/FOLHA DE LONDRINA

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