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A cada 24 minutos, uma mulher é vítima de violência no Paraná

O Paraná registra 62 casos de violência física ou moral contra a mulher por dia, o que dá uma média de cinco casos a cada duas horas ou ainda um caso a cada 24 minutos. É o que revela levantamento inédito feito pelo Bem Paraná com base nas informações de fatos noticiados ao Ministério Público do Paraná (MP-PR). Ao todo, foram 12.329 registros em pouco mais de seis meses. Março é um mês de reflexão, por causa do dia 8, Dia Internacional da Mulher. As informações são do Bem Paraná.

O levantamento leva em consideração os crimes registrados entre 15 de junho de 2014, quando o cadastro de vítimas foi criado, e 31 de dezembro do mesmo ano. São casos que já estão sendo apurados por inquérito policial junto ao MP-PR e que constam da primeira consolidação de dados da instituição, que estipulou um delay de dois anos como forma a garantir que todos os municípios tivessem enviado as informações completas.
Das 399 cidades do estado, 87% registraram pelo menos um caso de violência contra a mulher, sendo que apenas 54 municípios não registraram ocorrências. Em números absolutos, Curitiba, Ponta Grossa e São José dos Pinhais aparecem como os municípios com mais registros, enquanto os maiores índices de ocorrências por 100 mil habitantes foram registrados em Paranavaí (316), no Noroeste do Paraná, e Francisco Beltrão (304), no Sudoeste, região com maior taxa de ocorrências.
De acordo com a promotora de Justiça Mariana Seifert Bazzo, coordenadora do Núcleo de Promoção da Igualdade Étnico-Racial (NUPIER) do MP-PR, nos últimos anos o Paraná conquistou importantes avanços, como o aumento no número de delegacias da mulher e a criação da Casa da Mulher Brasileira em Curitiba. Ainda assim, contudo, há trabalho por ser feito.
“Restam pendentes de implementação políticas públicas especificas que deem conta de todos os municipios, principalmente as ações previstas no artigo 35 da Lei Maria da Penha, como a criação de centros de referência, casas abrigo, e, sobretudo, de grupos de reflexão/responsabilização de homens agressores, o que permitiria uma mudança cultural absolutamente relevante para o combate da violência de gênero (desconstrução do machismo, por exemplo)”, afirma.
FONTE - FABIO CAMPANA

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