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Aumento da violência deixa Norte Pioneiro em alerta

O número de crimes dolosos (quando há a intenção de matar) no Norte Pioneiro aumentou 25% nos primeiros três meses do ano, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp). A estatística divulgada pelo órgão há poucos dias mostra que, no primeiro trimestre deste ano, 20 pessoas foram assassinadas na região, enquanto em 2016 foram registrados 16 homicídios. Conforme o levantamento, Bandeirantes é a cidade mais violenta com cinco mortes contabilizadas no período.
Em 2016, a Delegacia de Polícia Civil da cidade, subordinada à 11ª Subdivisão Policial de Cornélio Procópio, registrou apenas dois assassinatos, em fevereiro. Já este ano, uma pessoa foi morta em janeiro, uma em fevereiro e três em março. A cidade com pouco mais de 32 mil habitantes superou outros municípios mais populosos como Santo Antônio da Platina e Cornélio Procópio, onde os índices de violência são mais elevados conforme os organismos de segurança.
Para o titular da Delegacia de Bandeirantes, Michael Eymard de França Araújo, os crimes de homicídio são imprevisíveis e sazonais. Segundo ele, as estatísticas mostram bons resultados nos trabalhos desenvolvidos pela Polícia Civil na cidade. "Assumi a unidade em 2012, e durante um bom tempo não houve registro de homicídios no município. Em crimes desta natureza, a polícia trabalha para esclarecer os fatos, pois são imprevisíveis. Diferentemente de crimes patrimoniais ou de tráfico de drogas, por exemplo, que há um trabalho de inteligência para evitar que eles ocorram, e os resultados são satisfatórios", explica. "Nos casos (de homicídios) registrados este ano, um criminoso morreu ao reagir a uma abordagem policial durante uma tentativa de assalto, e em outras duas situações as vítimas foram mortas por vingança. São casos sujeitos a ocorrerem em qualquer município" pondera.
Conforme o relatório da Sesp, em Santo Antônio da Platina, segunda cidade mais violenta da região, quatro pessoas foram assassinadas entre janeiro e março de 2017, uma a mais no mesmo período do ano anterior. As investigações revelaram que as mortes foram motivadas pela disputa de pontos de tráfico de drogas na cidade.
Para a Polícia Civil, a avaliação sobre o aumento no número de homicídios no município é a mesma do delegado de Bandeirantes Michael Eymard de França Araújo, trata-se de crimes imprevisíveis e sazonais.
A Assessoria de Comunicação Social da 38ª Delegacia Regional de Polícia informou que os quatro homicídios registrados este ano na cidade foram esclarecidos, e que as equipes de investigação trabalham para prender os envolvidos, que já tiveram as prisões preventivas decretadas pela Justiça e são considerados foragidos.

DUPLO HOMICÍDIO 
No dia 6 de janeiro, duas pessoas foram assassinadas em um bar no Jardim Santo André, em Santo Antônio da Platina. O eletricista Aguinaldo Leite e o mecânico André Cirilo foram executados por dois homens encapuzados em uma motocicleta, que efetuaram vários disparos de pistola calibre 765 contra as vítimas. O alvo seria o eletricista, porém, o mecânico e outras duas pessoas que sobreviveram aos disparos, entre elas uma criança, foram vítimas de bala perdida.
De acordo com a Polícia Civil, Patrick Michel Sanches, o ‘Cenoura’, e Moacir Vivan Júnior foram indiciados pelo duplo homicídio e tiveram as prisões preventivas decretadas pela Justiça. Porém, ambos estão foragidos.

QUEDA
Das 23 Áreas Integradas de Segurança Pública (Aisp), nas quais o Estado é dividido para fins de análise, duas estão no Norte Pioneiro. Apesar do aumento em 25% no número de assassinatos na região, a 12ª Subdivisão Policial de Jacarezinho registrou queda 11% nas mortes dolosas no comparativo trimestral. Foram oito homicídios em 2017 contra 10 no ano passado. Já na 11ª Subdivisão de Cornélio Procópio, os crimes aumentaram de seis para 12 casos.
Em todo o Estado, o número de homicídios dolosos diminuiu 14,35% nos três primeiros meses de 2017, em relação ao mesmo período de 2016. Neste ano, foram registrados 585 casos contra 683 no primeiro trimestre do ano passado.
Luiz Guilherme Bannwart
Especial para a FOLHA DE LONDRINA

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