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Máquinas agrícolas: um salto para o futuro

O agronegócio brasileiro tem seus números pujantes e, aqui entre nós, a tecnologia tem muita responsabilidade sobre eles, da semente à colheita. No meio desse processo, se a hoje a produtividade de cada talhão atingiu patamares importantes, indubitavelmente, o mercado de máquinas agrícolas tem sua parcela de responsabilidade. Uma evolução nas últimas três décadas que colocou o Brasil no mesmo patamar do que acontece pelo mundo nesse segmento. Aliás, as grandes empresas do setor hoje produzem tecnologia por aqui e exportam para outros países.

No último ano – depois de uma economia cambaleante – o setor voltou a respirar com juros um pouco mais atrativos para os produtores, o que impulsionou os lançamentos de 2017. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), as vendas de máquinas agrícolas subiram 16,4% no comparativo entre os meses de maio deste ano e 2016. No acumulado dos cinco primeiros meses de 2017, a alta chegou a 28,7%, totalizando 17,3 mil unidades vendidas. Nesta edição, a FOLHA Rural mostra os principais lançamentos e as projeções do setor.

Toda essa tecnologia embarcada hoje passou por diversos processos no País. Um dos mais significativos e hoje dita o mercado, foi quando as grandes empresas transnacionais do setor - John Deere, CNH (Case e New Holland) e AGCO (Valtra e Massey Ferguson) – entraram com tudo no País. "Hoje temos um mercado globalizado e os lançamentos que acontecem no exterior chegam simultaneamente no País. Receber o que há de mais moderno no mundo é uma obrigação, frente ao status do nosso agronegócio hoje", explica o professor especializado em máquinas agrícolas da Universidade de São Paulo (USP), José Paulo Molin.

O professor relembra a evolução que esse setor passou em terras nacionais. A década de 1990 foi o que ele chama de "eletrônica embarcada", quando chegaram os tratores com cabine, troca de alavancas por botões e outras inovações. "Já em 2000, nos aproximamos ainda mais do primeiro mundo, com o surgimento de ferramentas novas, como a agricultura de precisão e o piloto automático nos veículos. Tudo acontecendo muito rápido".

Paralelo a isso, Molin relata que ainda seguimos uma tendência da Europa e Estados Unidos de buscar máquinas de grande porte. Isso pode ser comprovado numa das principais feiras do setor do mundo, que acontece em Hannover, na Alemanha. "Isso acaba refletindo no Brasil muito devido à mão de obra e as leis trabalhistas, porque o produtor brasileiro quer cada vez mais diminuir o número de operadores. Mas este é um movimento que está se esgotando".

A tendência do mercado que continua sólida e deve seguir adiante é da automação, que envolve a geração de informações em cada equipamento e a autonomia delas em realizar operações, independentemente da decisão do operador. "Vale dizer que a indústria sempre quer colocar um valor agregado na máquina, e o agricultor, em contrapartida, quer uma tecnologia que facilite sua vida. É preciso achar o meio termo dessas duas vertentes. Hoje, nem sempre o agricultor está preparado para absorver determinadas tecnologias".

Por fim, o professor complementa que a aposta está nas novas gerações do campo, que ele chama de "geração smartphone", com uma facilidade enorme de lidar com gadgets diferenciados e uma quantidade enorme de informações geradas por esses maquinários. "Nem todos ainda sabem lidar, por exemplo, com relatórios em tempo real que são gerados nessas máquinas mais modernas. Essa geração é mais receptiva e aberta para explorar tudo isso".
Victor Lopes
Reportagem Local/FOLHA DE LONDRINA

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