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Peemedebistas do Paraná negam irregularidades em campanhas



Desencadeada em março pela Polícia Federal, a Carne Fraca mira fiscais agropecuários que atuavam em frigoríficos, muitos dos quais ligados a empresas de grande porte, como JBS e BRF

Curitiba - Os membros da bancada do PMDB no Paraná voltaram a negar qualquer irregularidade no financiamento de suas campanhas eleitorais, conforme sugerem as investigações da Operação Carne Fraca. Reportagem publicada nessa terça-feira (4) pelo Portal UOL afirma que os deputados federais Osmar Serraglio, Hermes Parcianello, João Arruda e Sergio Souza teriam recebido recursos de forma ilícita.

De acordo com a reportagem do UOL, as informações foram repassadas pelo ex-superintendente do Ministério da Agricultura Daniel Gonçalves Filho, que busca um acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República (PGR). O UOL publicou que os quatro assinaram um documento, datado de 2015, pedindo à então ministra da Agricultura, Kátia Abreu (PMDB-TO), que nomeasse Gonçalves Filho para o cargo.

O pedido foi atendido. Apontado pelo juiz federal Marcos Josegrei da Silva, responsável pelos processos da operação, como "líder e principal articulador do bando criminoso", o homem voltou em junho daquele ano ao posto, que já ocupara entre 2007 e 2014. Rodrigo da Rocha Loures, suplente de deputado e que herdou um assento quando Serraglio foi para o Ministério da Justiça, não é mencionado. Rocha Loures, que foi assessor do presidente Michel Temer, foi filmado transportando uma mala com R$ 500 mil que teria recebido de um dos diretores do Grupo J&F (controlador da JBS). O ex-assessor seria apenas o suposto intermediário da propina que a J&F daria Temer num total de R$ 38 milhões. Rocha Loures chegou a ser preso e acabou solto no último
sábado com uso de tornozeleira eletrônica.

OUTRO LADO

A FOLHA procurou os parlamentares, que compõem toda a bancada paranaense na Câmara Federal. Serraglio atendeu à reportagem, mas disse que não poderia falar porque estava em uma reunião. Souza informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que tudo o que tinha para falar sobre a Carne Fraca já falou na época da divulgação das primeiras notícias. Parcianello, conhecido como "Frangão", reiterou, também via assessoria, que os recursos de sua campanha de 2014 foram declarados na prestação de contas e devidamente aprovados pela Justiça Eleitoral.

Arruda, por sua vez, disse que está "surpreso e, ao mesmo tempo, tranquilo" com o andamento das investigações. Ele encaminhou a seguinte nota à reportagem: "É com surpresa que recebo a informação que fui citado em possível acordo de delação do ex-superintendente do Ministério da Agricultura. Porém, tenho tranquilidade para afirmar que não participei de qualquer esquema ilícito. Espero que as autoridades competentes apurem com rigor as acusações".

Desencadeada em março, a Carne Fraca foi apresentada pela Polícia Federal (PF) como a maior investigação de sua história. Ela cita o envolvimento de fiscais agropecuários que atuavam em frigoríficos, muitos dos quais ligados a empresas de grande porte, como JBS e BRF.
Mariana Franco Ramos
Reportagem Local/FOLHA DE LONDRINA

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