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Boca Aberta terá que usar tornozeleira eletrônica

O juiz da 5ª Vara Criminal de Londrina, Paulo César Roldão, ordenou que o ex-vereador Emerson Petriv, conhecido como Boca Aberta, use tornozeleira eletrônica por ter descumprido a medida de distanciamento de 500 metros de Mário Takahashi (PV) e Rony Alves (PTB). Segundo o despacho, a desobediência aconteceu quando o ex-parlamentar foi até o Creslon (Centro de Reintegração Social) acompanhar a instalação do monitoramento nos dois vereadores, que estão entre os investigados na Operação ZR-3, do Gaeco (Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado), que apura possíveis pagamentos indevidos a agentes públicos para mudanças de zoneamento em Londrina.

A ação foi impetrada pelos advogados Tiago Mota Romero e Marcos Prochet. Conforme o juiz, Boca Aberta "proferiu palavras ofensivas" a Alves e Takahashi, afastados por 180 dias das funções legislativas por determinação do juiz da 2ª Vara Criminal, Delcio Miranda da Rocha, responsável pela ZR-3. Na mesma decisão, a Justiça determinou o bloqueio do perfil oficial do ex-vereador no Facebook, o que deve ser feito em até 48 horas.

"Mesmo diante de restrição judicial, o requerido permanece perturbando e agredindo os vereadores com postagens ofensivas e de cunho difamatório em rede social que extrapolariam a mera exposição dos fatos ocorridos na cidade de Londrina. As críticas ultrapassaram a livre manifestação", disse Roldão, que lembrou a atuação de Boca Aberta como "jornalista" de uma emissora de TV local.

Além do uso da tornozeleira, ele será submetido a outras medidas cautelares, como a proibição em frequentar a Câmara Municipal e de manter contato com Takahashi e Alves por qualquer meio de comunicação. Boca Aberta ainda terá que receber visitas do servidor responsável pela monitoração eletrônica, responder a seus contatos e cumprir suas orientações. Ele também foi proibido de remover, violar ou danificar o aparelho, que deverá ser instalado em até 24 horas depois que o acusado for intimado.


OUTRO LADO 

O advogado que atua na defesa de Boca Aberta, Eduardo Duarte Ferreira, disse que seu cliente irá cumprir a determinação, entretanto a defesa vai entrar com o pedido para que a Justiça revogue a decisão inicial que determinou medida protetiva. Ele entende que a situação dos requerentes (envolvidos em suposto esquema de corrupção) não justifica mais a aplicação de afastamento mínimo de 500 metros. "Queremos a revogação por mudança fática. Essas medidas existem para salvaguardar pessoas de bem e esses vereadores afastados pela Justiça estão perdendo gradativamente essa condição." Ele questiona também a proibição de Boca Aberta frequentar a Câmara. "Que eu saiba esses vereadores, neste período, frequentarão o Gaeco e também estão afastados do Legislativo", completou.
Rafael Machado Guilherme Marconi
Grupo Folha de Londrina

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