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Câmara de Rolândia aprova abertura de CP contra Francisconi

Luiz Francisconi Neto vem sendo monitorado por tornozeleira eletrônica: defesa afirma que ele está tranquilo em relação à inocência

A Câmara de Vereadores de Rolândia (Região Metropolitana de Londrina) aprovou por unanimidade, com dez votos a zero, abertura de CP (Comissão Processante) contra o prefeito afastado da cidade, Luiz Francisco Neto (PSDB). O tucano foi denunciado por quebra de decoro parlamentar e pode perder o mandato. A sessão que avalizou a investigação ocorreu na noite de segunda-feira (29) e contou com numerosa participação popular. A comissão havia sido aberta com a intenção de apurar uma suposta doação irregular de dinheiro de uma empresa à campanha de reeleição do chefe do executivo, em 2016.

O pedido pela CP foi apresentado na quinta-feira (25) pelo vereador João Salvador dos Santos (PSC), o João Gaúcho. O documento tem como base a acusação de um suposto caixa dois e favorecimento à empresa no aluguel de uma barracão do IBC. Também fazem parte da sustentação os fatos apurados pela Operação Patrocínio, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Combate ao Crime Organizado) em setembro.

"É de conhecimento de todos na região, virando até notícia nacional, a Operação Patrocínio, em que vimos em paralelo com uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), que investigava os mesmos fatos. Após o encerramento da CPI e acesso aos autos do MP (Ministério Público), juntou-se provas para entrar com o pedido de CP", justificou Santos. "A CPI apurou crimes como o recebimento de propina, direcionamento de licitação, vantagens indevidas. O parecer foi enviado ao MP", elencou o parlamentar.

Na sessão de segunda também foram definidos os integrantes da Comissão Processante. Irineu de Paula (PSDB), que é do mesmo partido de Francisconi, será o presidente; Reginaldo Silva (SDD) ficou como relator; e Edileine Griggio (PSC) membro. Eles terão 90 dias de trabalho para elaborar o relatório, que será votado pelo plenário da Casa, optando pela cassação do mandato ou absolvição. "O prefeito afastado terá a oportunidade de apresentar o contraditório e a defesa dele. No final, o relator emitirá um parecer pela cassação ou não do prefeito, indo para o plenário, quando será votado", explicou João Santos.

Segundo o parlamentar que apresentou o pedido pela abertura de comissão, o legislativo tem sido cobrado desde a deflagração da operação do Gaeco. "Infelizmente o município perde com todo este processo, mas é algo necessário para que possamos esclarecer e dar um norte para nossa cidade."

RÉU
Luiz Francisconi Neto é réu em denúncia apresentada pelo MP, que aponta que ele, servidores municipais e secretários teriam participado de possíveis irregularidades com o direcionamento de contratações, modificações indevidas, superfaturamento de serviços e pagamento de propina. Afastado do cargo desde setembro, Francisconi vem sendo monitorado por tornozeleira eletrônica por ordem da Justiça. O vice-prefeito, Roberto Negrão (PR), vem administrando a cidade.

DEFESA
O advogado Anderson Mariano, responsável pela defesa de Luiz Francisconi, afirmou que irá se manifestar somente após ter acesso formal às acusações que fazem parte do pedido de abertura da CP. "O prefeito está tranquilo, sabe que não fez nada (de errado) e irá provar isso perante a Câmara de Vereadores", informou.


Pedro Marconi
Reportagem Local/FOLHA DE LONDRINA

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