Quadrilha que usa dinheiro do tráfico de drogas para comprar imóveis é alvo de operação em Curitiba e Região
A Divisão de Narcóticos (Denarc) cumpre, na manhã desta quarta-feira
(31), 43 mandados judiciais - sendo 17 de prisão preventiva e outros 26
de busca e apreensão - em uma operação contra uma quadrilha de tráfico
de drogas que atua em Curitiba e Região Metropolitana.
A operação foi batizada de "Regresso" porque os investigados são reincidentes nos crimes.
A investigação, que durou pouco mais de cinco meses, mostrou que a
organização criminosa usava o dinheiro arrecadado com a venda de drogas
para comprar imóveis - ao menos sete foram identificados pelos
policiais.
Esses bens estão no nome de Fábio Sidney Ribeiro Leitão, vulgo Herman,
apontado como chefe da quadrilha, e da mulher dele, Bruna Gremski
Leitão. Ele está detido no sistema penitenciário do Paraná e, de lá,
comandava a ação da organização criminosa.
Segundo a polícia, Bruna era responsável pela arrecadação financeira.
Ela percorria pontos de tráfico de drogas comandados pela quadrilha
recolhendo o dinheiro obtido com a venda de maconha, cocaína e crack.
Durante a investigação, Bruna foi flagrada fazendo depósitos e saques em bancos.
Além do casal, a polícia está em busca de pessoas responsáveis pela
armazenagem da droga e a venda. Entre os alvos, está um Guarda Municipal
de Curitiba que dava auxílio à Herman. Ele mora em frente a um dos
pontos de armazenagem e venda de maconha e crack.
O guarda municipal, segundo a investigação, informava ao detento a respeito das atividades policiais realizadas na “biqueira”.
O servidor tinha pleno conhecimento dos delitos praticados por Hermann e
seus parceiros e se prontificava a manter contatos com os responsáveis
pelas apreensões das drogas do grupo criminoso para tentar, em vão,
negociar a liberdade dos envolvidos.
Outro alvo da operação da Denarc é Andressa Rafaela de Souza Pantaleão.
Na organização criminosa, Andressa fazia o armazenamento da droga e
revendia para pequenos traficantes e usuários – com o auxílio da mãe e
do marido.
"Loira", como Andressa é conhecida, é uma velha conhecida da polícia.
Ela foi presa pela Polícia Militar (PM) no dia 31 de maio deste ano com
390 gramas de cocaína, 76 gramas de maconha, 86 gramas de cocaína,
balança de precisão e aproximadamente R$ 9 mil.
Dias depois, ela foi solta beneficiada pela decisão do Supremo Tribunal
Federal (STF), que concedeu habeas corpus coletivo para mulheres
gestantes ou com filhos com idade até 12 anos.
Assim que ganhou a liberdade, Andressa voltou para a atividade de
tráfico de drogas. No dia 18 de julho ela foi presa novamente, dessa
vez, pela Denarc. Na casa dela, os policiais apreenderam 590 gramas de
crack, meio quilo de cocaína, três balanças de precisão e R$ 32,4 mil.
Mais uma vez, Andressa se valeu da decisão do STF e conseguiu sair da cadeia. Novamente, a “Loira” é alvo da Denarc.
O casal Fábio Sidney Ribeiro Leitão e Bruna Gremski Leitão também é
conhecido da Denarc. Os dois foram detidos em 2013 cometendo,
basicamente, os mesmos crimes: ele comandando o tráfico de dentro da
cela e a esposa trabalhando diretamente com a venda de drogas nas ruas.
Participam da ação cerca de 100 policiais civis da Denarc, do Centro de
Operações Policiais Especiais (COPE) e do Tático Integrado Grupo de
Repressão (TIGRE), unidades de elite da Polícia Civil.
O G1 tenta localizar a defesa dos citados.
FONTE - GLOBO.COM