Justiça manda bloquear bens de ex-prefeito de Sapopema e outras 10 pessoas em até R$ 4,3 milhões
A Justiça determinou o bloqueio de bens de Roberto Jorge Abrão,
ex-prefeito de Sapopema (2005-2008), no Norte Pioneiro do Paraná, de
outras dez pessoas e de uma Organização da Sociedade Civil de Interesse
Público (Oscip) em até R$ 4,3 milhões.
A decisão liminar, que é provisória, é referente a uma ação civil
pública que apura irregularidades em um contrato entre o município e a
Oscip Instituto Corpore para o Desenvolvimento da Qualidade de Vida.
O objetivo da determinação da Justiça é garantir o ressarcimento dos
prejuízos aos cofres públicos em caso de condenação, de acordo com a
juíza Talita Garcia Betiati, da Vara da Fazenda Pública de Curiúva, na
mesma região do estado, que é responsável pelo processo.
A decisão foi publicada no processo eletrônico da Justiça do Paraná em
19 de novembro, mas só foi divulgada nesta quinta-feira (29) pelo
Ministério Público do Paraná (MP-PR).
De acordo com o documento, a petição inicial do MP-PR indica a
possibilidade de diversas ilegalidades, como a celebração supostamente
inconstitucional de contrato.
“Atestando-se ainda práticas diversas, tais como depósitos sem
justificação, notas fiscais com ausência de descrição dos serviços
prestados, falta de prestação de contas, entre outras irregularidades,
constatando-se, assim, supostos prejuízos ao Erário”, diz um trecho da
decisão.
Além do ex-prefeito, estão entre os requeridos a ex-secretária
municipal de Saúde, Maria Auxiliadora da Silva Carneiro, o então
procurador jurídico do município, Hamilton Pereira Zanella, e servidores
municipais que participaram do processo de licitação.
Nenhum dos citados na reportagem possui advogado constituído no processo eletrônico da Justiça.
A origem da investigação
O caso chegou à Promotoria de Justiça de Curiúva a partir de um
relatório do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) que indicou
várias irregularidades na contratação da Oscip para prestar serviços de
saúde ao município, que esteve vigente entre 2007 e 2008.
O valor repassado pela prefeitura à Oscip no período ultrapassou R$ 960
mil, decorrente da terceirização irregular de mão de obra de saúde,
conforme a ação do MP-PR.
Conforme a Promotoria, o valor atualizado, que deve ser devolvido ao
município, é de mais R$ 4,3 milhões de dano ao patrimônio público.
FONTE - G1 PR