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Bolsonaro derrete


 BERNARDO MELLO FRANCO

O Datafolha trouxe duas notícias preocupantes para Jair Bolsonaro. A ruim: seu governo nunca foi tão mal avaliado pelos brasileiros. A péssima: Lula largou bem na frente na corrida presidencial de 2022.

A aprovação a Bolsonaro despencou para 24%, menor índice desde a posse. A reprovação alcançou o patamar inédito de 45%. Reabilitado pelo Supremo, Lula desponta como favorito na simulação eleitoral. No segundo turno, ele venceria o atual presidente com folga: 55% a 32%.

Além de comer poeira na disputa com o petista, Bolsonaro amarga a maior taxa de rejeição entre todos os candidatos: 54% dizem que não votariam nele de jeito nenhum. Se a eleição fosse hoje, o capitão seria presa fácil para qualquer adversário. Pode ser a chance de Eymael, o eterno lanterninha das disputas presidenciais.

Como falta um ano e cinco meses para as urnas, o derretimento de Bolsonaro está longe de ser um fenômeno irreversível. Mas nada indica que o capitão vá se recuperar no médio prazo.

O avanço da pobreza, da inflação e do desemprego anulou o ganho de popularidade que ele havia registrado entre os mais pobres. A volta do auxílio emergencial, em versão reduzida, não repetiu a mágica que elevou seus índices no ano passado.

A CPI da Covid mal começou e já empurrou o governo para as cordas. Os depoimentos desta semana forneceram novas provas de que o Planalto sabotou a negociação de vacinas. Isso deve consolidar a imagem de Bolsonaro como sócio da tragédia, num país que já contabiliza 430 mil mortes na pandemia.

As reações de ontem indicam que o presidente acusou o golpe. Três semanas depois de tentar uma trégua com Renan Calheiros, ele foi a Alagoas e xingou o relator de “vagabundo”. Em seguida, repetiu que “somente Deus” pode retirá-lo do cargo.

Apesar do apelo aos céus, Bolsonaro escancarou sua dependência terrena. Ele está nas mãos do presidente da Câmara, que segura mais de uma centena de pedidos de impeachment. “Graças a Deus o Brasil hoje tem Arthur Lira”, derramou-se.

Com o capitão acuado, o deputado e seus colegas do Centrão vão elevar o preço para garantir sua sobrevivência. E nada impede que a turma pule nos braços de Lula depois de sugar a última benesse do governo.
O Datafolha trouxe duas notícias preocupantes para Jair Bolsonaro. A ruim: seu governo nunca foi tão mal avaliado pelos brasileiros. A péssima: Lula largou bem na frente na corrida presidencial de 2022.

A aprovação a Bolsonaro despencou para 24%, menor índice desde a posse. A reprovação alcançou o patamar inédito de 45%. Reabilitado pelo Supremo, Lula desponta como favorito na simulação eleitoral. No segundo turno, ele venceria o atual presidente com folga: 55% a 32%.

Além de comer poeira na disputa com o petista, Bolsonaro amarga a maior taxa de rejeição entre todos os candidatos: 54% dizem que não votariam nele de jeito nenhum. Se a eleição fosse hoje, o capitão seria presa fácil para qualquer adversário. Pode ser a chance de Eymael, o eterno lanterninha das disputas presidenciais.

Como falta um ano e cinco meses para as urnas, o derretimento de Bolsonaro está longe de ser um fenômeno irreversível. Mas nada indica que o capitão vá se recuperar no médio prazo.

O avanço da pobreza, da inflação e do desemprego anulou o ganho de popularidade que ele havia registrado entre os mais pobres. A volta do auxílio emergencial, em versão reduzida, não repetiu a mágica que elevou seus índices no ano passado.

A CPI da Covid mal começou e já empurrou o governo para as cordas. Os depoimentos desta semana forneceram novas provas de que o Planalto sabotou a negociação de vacinas. Isso deve consolidar a imagem de Bolsonaro como sócio da tragédia, num país que já contabiliza 430 mil mortes na pandemia.

As reações de ontem indicam que o presidente acusou o golpe. Três semanas depois de tentar uma trégua com Renan Calheiros, ele foi a Alagoas e xingou o relator de “vagabundo”. Em seguida, repetiu que “somente Deus” pode retirá-lo do cargo.

Apesar do apelo aos céus, Bolsonaro escancarou sua dependência terrena. Ele está nas mãos do presidente da Câmara, que segura mais de uma centena de pedidos de impeachment. “Graças a Deus o Brasil hoje tem Arthur Lira”, derramou-se.

Com o capitão acuado, o deputado e seus colegas do Centrão vão elevar o preço para garantir sua sobrevivência. E nada impede que a turma pule nos braços de Lula depois de sugar a última benesse do governo.

VIA FÁBIO CAMPANA

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