Promotoria pede demissão de 8 policiais denunciados em esquema de jogos de azar, em Londrina
O Ministério Público do Paraná
(MP-PR) pediu à Justiça a demissão de oito policiais civis que foram denunciados por um
suposto envolvimento em um esquema de jogos de azar, em Londrina, no
norte do Paraná. Parte do grupo também é investigada por desvio de mercadorias.
A primeira operação
contra o grupo ocorreu em fevereiro de 2020. Na ocasião, sete policiais civis
de Londrina foram
presos suspeitos de desviar parte de uma carga de produtos contrabandeados.
As mercadorias do
Paraguai foram apreendidas em um apartamento da cidade e, segundo a
Corregedoria da Polícia Civil, uma parte, avaliada em R$ 450 mil, ficou com os
policiais. Eram celulares, tablets e outros eletrônicos.
Conforme a Polícia Civil, os sete
policiais civis foram soltos seis meses depois e continuam respondendo em
liberdade ao processo, mas afastados do serviço. Eles seguem recebendo os
salários, pois têm este direito até serem julgados, o que não tem prazo para
ocorrer.
Atualmente, a maioria dos integrantes desse primeiro processo foi
denunciada em outra ação por improbidade administrativa, por causa de
irregularidades durante os serviços.
Trata-se da Operação Imperium, investigação que em 2021 levou
policiais militares e comerciantes para cadeia por exploração de jogos ilegais.
Todos estão em liberdade e aguardam julgamento.
O esquema
As investigações
avançaram e identificaram que policiais civis também teriam envolvimento no
esquema.
Na denúncia, entregue
agora à Justiça, a promotoria apontou que
oito policiais civis e outras cinco pessoas formaram uma organização criminosa para
se enriquecer ilicitamente com a exploração de jogos ilegais.
Haveria pagamento de
propina para que os policiais se omitissem no exercício de suas funções, ou
seja, não fiscalizassem atos ilegais e ainda repassassem informações
privilegiadas de operações policiais.
Dessa forma, conforme
a denúncia, isso permitia que os envolvidos no esquema escondessem máquinas
caça-niqueis e equipamentos para bingos ilegais, dificultando flagrantes
durante operações de outros policiais.
Investigação
A promotoria disse ter
identificado depósitos que totalizaram até R$ 15 mil para um dos policiais,
além de pagamentos menores a outros.
De acordo com a
investigação ainda, mesmo presos, alguns dos agentes teriam continuado
recebendo pagamentos patrocinados pela organização criminosa, de modo a
mantê-los associados e evitar que denunciassem eventuais irregularidades.
Segundo o Grupo de
Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), as vantagens indevidas
recebidas pelos policiais incluíram ainda uma espécie de churrasco ofertada a
eles no interior da carceragem onde ficaram, em uma unidade de Curitiba que
abriga policiais investigados.
Na ação, a promotoria
pede que os policiais civis continuem afastados do serviço e, ao final do
processo, sejam demitidos.
Nas denúncias anteriores,
os advogados dos policiais negaram envolvimento deles no esquema de corrupção.
Neste novo processo, a defesa informou que eles não foram intimados sobre as
acusações e, por isso, ainda não se pronunciaram oficialmente.
FONTE – G1 PR