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Entidades de turismo cobram que Brasil precisa abrir diálogo antes de pedir visto a estrangeiros


 O presidente Lula tem dito que quer tirar o Brasil do ostracismo, que viramos pária mundial. Então, que peça diálogo com estes países, dizem entidades ligadas à CNTur

O governo federal precisa buscar a diplomacia e abrir um diálogo com Estados Unidos, Japão, Austrália e Canadá, antes de voltar a exigir vistos dos cidadãos destes países para fazer turismo no Brasil. A obrigatoriedade foi suspensa em junho de 2019 e sua retomada trará efeitos “terríveis” para segmentos de hotelaria, gastronomia e lazer, afirmam a Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar) e a Federação Paranaense de Turismo (Feturismo), entidades filiadas à Confederação Nacional de Turismo (CNTur).

A notícia de que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu voltar a exigir vistos de entrada para cidadãos destes países ganhou desta nos últimos dias na imprensa nacional e internacional. O Itamaraty já está informando os governos dos EUA, Japão, Austrália e Canadá suspendendo a decisão adotada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A justificativa é reciprocidade, uma vez que estas nações exigem o visto dos brasileiros.

“Do ponto de vista econômico, para o turismo e todo o nosso setor, este fato é muito ruim”, analisou Fábio Aguayo, presidente da Feturismo e diretor da CNTur. Na avaliação dele, os argumentos de que não tivemos um crescimento significativo no número de turistas destes países não se justifica. “O decreto foi assinado em 2019 e tivemos pandemia em 2020, 2021 e 2022 e todas as restrições de viagens, impactando exatamente este público dos EUA, que são aquelas pessoas com idade mais avançada, mas são os que tem maior poder aquisitivo”, disse.

“Estas pessoas que vinham para o Brasil, não tiveram como viajar”. Aguayo reforça que as entidades são contra esta medida que o governo pretende adotar. “Precisa abrir novamente o diálogo para ter a reciprocidade. Não pode suspender assim, sem antes pedir um diálogo para ter a reciprocidade. Os dados confirmam que agora, a partir de 2023, que o mundo vai voltar a questão do turismo forte, voltando aqueles níveis de antes da pandemia”, ressaltou.

“Tivemos até recentemente restrições ainda, como uso de máscaras, de circulação. Estamos fazendo um apelo ao governo federal para que não adote esta medida antes de fazer uma consulta a estes países, para ver se vai ter a reciprocidade ou não”, frisou. Aguayo lembra que o presidente Lula tem dito que quer tirar o Brasil do ostracismo, por ter virado um pária mundial. “Então, que peça diálogo com estes países”.

Despesa extra de US$ 600

O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) também se manifestou, nas redes sociais, contra o que classificou como um erro, que será a volta da exigência do visto para turistas dos quatro países e republicou o post do jornalista estadunidense Brian Winter. Na manifestação, o profissional da comunicação diz que a atitude é um erro, uma vez que “os vistos adicionam US$ 600 às férias para famílias de 4 pessoas”.

Winter afirma entender o conceito diplomático de "reciprocidade", mas questiona se “vale a pena para um país que recebe menos turistas anualmente do que a Tunísia?”. Para Fábio Aguayo, a análise do jornalista dos EUA está correto. “Este recurso (para tirar o visto) poderia ser gasto com a hotelaria ou comprando outros objetos durante as viagens por nosso país”.

O Brasil, de acordo com o líder classista, não pode perder em número de turistas para um elevador da Torre Eiffel, em Paris, que recebe 14 milhões de turistas por ano. “Nosso país se estagnou em 6,5 milhões há vários anos. Temos que lutar para ampliar a meta e chegar a 10 milhões no mínimo e para isso, é preciso valorizar os atrativos e facilitar cada vez mais a chegada de turistas estrangeiros”, concluiu.

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