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Garoto de 4 anos morre com suspeita de dengue hemorrágica

Miguel Tosetti Correa faleceu quarta-feira em Maringá, onde a família morava, e foi enterrado ontem em Londrina

Rei Santos
O corpo de Miguel Tosetti Correa foi enterrado ontem em clima de consternação no Cemitério Padre Anchieta
Londrina - Em clima de consternação, foi sepultado ontem no Cemitério Padre Anchieta, no Jardim Ideal (zona leste), o corpo do menino Miguel Tosetti Correa, de apenas 4 anos, que havia falecido em Maringá na última quarta-feira com suspeita de dengue hemorrágica. A Cidade Canção enfrenta uma epidemia da doença. Miguel, o irmão dele, Gabriel, de nove anos, e os pais, o contabilista Jéferson e a dona de casa Patrícia, residiam no Jardim Santa Madalena, na zona oeste de Londrina, até há cerca de um mês e meio, quando a família se mudou para Maringá por motivos profissionais, segundo contou à FOLHA o tio do garoto, Cléber Correa.

Semana passada, de acordo com Cléber, Miguel foi levado pelos pais ao Pronto Socorro da Maternidade Santa Rita, em Maringá, com dores no peito e princípio de febre. "Ele passou por alguns exames e precisou ser internado porque o quadro piorou. Foi constatado que ele teve dengue hemorrágica", disse o tio, ainda bastante abalado. Miguel faleceu por volta das 14h30 de quarta-feira.

Segundo Correa, pouco antes de Jéferson, Patricia e os dois filhos se mudarem para Maringá, Miguel também já havia sentido os mesmos sintomas e precisou ser levado a uma unidade de saúde em Londrina. "Mas não constataram nada nele. Deram medicamento para tirar a febre e ele melhorou. Agora a gente não sabe se naquela ocasião pode ter sido que ele já tenha contraído a dengue", comentou Cléber. O menino nasceu com paralisia em parte dos braços e das pernas e fazia tratamento fisioterápico para recuperar o movimento dos membros inferiores.

A FOLHA ligou para a Maternidade Santa Rita, mas foi informada de que somente a gerente administrativa do hospital poderia dar informações sobre o atestado de óbito de Miguel. Ela estava de folga por conta do feriado do Dia do Trabalho. A chefe da 17ª Regional de Saúde de Londrina, Terezinha de Fátima Sanchez, disse que o caso deverá ser investigado pela 15ª Regional de Maringá, já que o menino faleceu naquela cidade. "Provavelmente serão feitos exames sorológicos e, se for preciso, a 15ª Regional solicitará alguns dados para nós", informou.

Sobre a suspeita da família de que Miguel possa ter tido sintomas da dengue quando foi medicado em Londrina há mais de um mês, Terezinha apontou que os exames sorológicos ou de sangue poderão detectar o quadro real. O que ela descartou é que ele tenha contraído aqui o vírus da dengue hemorrágica que supostamente o vitimou em Maringá. "Se o menino já morava lá há um mês e morreu por consequência da dengue hemorrágica, o que só os exames vão poder confirmar, não é possível que ele tenha contraído a doença aqui. A dengue é uma doença aguda, não demora um mês para causar a morte do paciente em caso de complicações. As complicações se manifestam em no máximo dez dias", explicou.

NOTIFICAÇÕES
A chefe da 17ª Regional alertou que a região de Londrina está em estado de alerta por conta da infestação do Aedes Aegypt, sendo que cidades próximas como Rolândia e Alvorada do Sul já vivem uma epidemia. "Nossos municípios estão notificando aquém do que deveriam. E isso não acontece por falta de estrutura ou incompetência nas unidades, é que os profissionais da saúde não estão motivados a suspeitar da dengue nos casos de gripe. Temos que estar mais receosos, é preciso haver mais notificações, mesmo que os casos não se confirmem", frisou. A reportagem não conseguiu falar com o secretário municipal de Saúde, Mohamad El Kadri, nem com a gerente de epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde, Sandra Caldeira.

Na última terça-feira, a idosa Maria José da Silva, de 81 anos, faleceu em Londrina com suspeita de dengue. A causa da morte será investigada pela Secretaria Municipal de Saúde. Do início de janeiro até o dia 24 de abril, foram confirmados 766 casos de dengue em 18 dos 21 municípios atendidos pela 17ª Regional de Saúde. Apenas Tamarana, Cafeara e Miraselva não registraram casos da doença. Sem contar o caso do garoto Miguel Correa, a secretaria estadual de Saúde confirmou nesta semana que oficialmente são três mortes no estado. (Colaborou Viviane Costa)
Diego Prazeres
Reportagem Local-folha de londrina
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