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Trabalhadores sem terra voltam a ocupar fazenda em Bela Vista

Londrina - Mais de 100 trabalhadores rurais dissidentes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) voltaram a ocupar no domingo à noite a Fazenda Água da Mata, propriedade de cerca de 240 alqueires localizada no município de Bela Vista do Paraíso (Região Metropolitana de Londrina). Há cerca de 15 dias, os invasores haviam tido que desocupar a área após ação judicial de reintegração de posse movida pelos donos da fazenda.

De acordo com o serviço de comunicação do 15º Batalhão de Polícia Militar em Rolândia (Região Metropolitana de Londrina), a propriedade voltou a ser ocupada por volta das 20h30 do último domingo. A PM foi ao local registrar a ocorrência. Os trabalhadores, em torno de 40 famílias, seriam acampados do sistema Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). O setor reservado de inteligência da PM (P2) estuda o movimento das famílias para traçar o plano de ação caso a Justiça conceda uma nova reintegração de posse.

Segundo a regional Norte do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Paraná, entidade vinculada à Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná (Fetaep), que por sua vez integra o sistema Contag, a propriedade deixou de ser produtiva há mais de 10 anos. O coordenador de reforma agrária da regional Norte do sindicato, Claudinei de Carli, que responde por 28 municípios da região de Londrina, disse que a fazenda está improdutiva desde que a Justiça Federal de Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, embargou a área, há 10 anos, após uma operação de apreensão de drogas feita pela Polícia Federal. Até então, conforme Carli, a fazenda tinha produção diversificada, com predominância da soja.

"Temos a informação de que um advogado do sindicato de Primeiro de Maio (Região Metropolitana de Londrina) foi até Ponta Porã para se certificar da origem da propriedade da área, porque ela pertence à União e está propícia para a reforma agrária", afirmou Claudinei de Carli. O serviço de comunicação do 15º BPM informou que a fazenda seria produtiva, com criação de gado e plantação de culturas de café.

O coordenador de reforma agrária do Sindicato dos Trabalhadores Rurais garantiu que os acampados estão cadastrados no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), mas reconheceu que as invasões podem ser prejudiciais ao processo de reassentamento. Ele ponderou que boa parte desses trabalhadores é de vítimas de conflitos agrários nas fazendas da região de Porecatu (Norte) e precisa produzir para sobreviver. "Nós achamos que deveria haver mais paciência por parte das famílias, mas o ser humano não é como animal, que a gente pode controlar. A necessidade faz essas famílias quererem ir para lá para produzir, são trabalhadores que estão fugindo da miséria das grandes cidades", observou.
Diego Prazeres
Reportagem Local
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