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Mel paranaense em evolução

Apiários pelos quatro cantos do Paraná, em plena evolução. A produção de mel e seus derivados - própolis, geleia real, cera, apitoxina (veneno de abelha), entre outros - é uma realidade do agronegócio estadual, algo que o produtor faz com qualidade, mas que ainda tem muito para evoluir, tanto em volume como tecnologia. Para concorrer diretamente com a China, é preciso atingir o patamar de excelência e nada menos do que isso. A preparação é total para a safra iniciada em setembro passado e que segue até abril.

Só para se ter uma ideia, segundo a gerência setorial do agronegócio do Sebrae, o País possui reservas florais, o chamado 'pasto apícola', capaz de produzir mais de 150 mil toneladas anuais de mel de primeira qualidade. Em 2017, de acordo com o IBGE, a produção fechou em 41,6 mil toneladas, ou seja, apenas 27,7% deste potencial gigantesco.

Mesmo assim, o valor atingido é representativo e segue em crescimento constante desde 2012. O Paraná, um pouco oscilante é verdade, continua sendo o segundo maior produtor, com 14,3% da produção nacional (quase 6 mil toneladas), atrás apenas do Rio Grande do Sul (15,2%). A região de Ortigueira é o principal polo produtor do Estado e um dos maiores do País, liderando o ranking junto com Itatinga (SP) e Campo Alegre de Lourdes (BA).

José Marcos
José Marcos


Nesta edição da Folha Rural, a reportagem mostra as qualidades da apicultura estadual, cases de sucesso de produtores e empresários, as pesquisas interessantes em universidades da região Norte e qual são os principais desafios para colocar o mel paranaense ainda com mais representatividade no País e no mundo.

Na coordenação do laboratório de Apicultura e Meliponicultura, e também na chefia do Departamento de Zootecnia da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Vagner Arnaut de Toledo tem como base da sua pesquisa a seleção de abelhas rainhas mais produtivas. Trabalho iniciado em 1996 e que já atuou em diversas frentes.

Toledo cita que atualmente os produtores precisam olhar com mais atenção para a alimentação das abelhas, temperatura do ambiente, boa florada na região, equipamentos mais tecnológicos e até a seleção genética dos insetos, com programas sérios e aporte financeiro do governo. "A China é um dos maiores produtores de mel e geleia real do mundo e desde a década de 1960 vem selecionando geneticamente abelhas europeias para a produção com apoio governamental."

Ele compara a evolução que abelhas precisam passar com o que aconteceu com as vacas leiteiras. "As vacas passaram por seleção genética de diversas gerações, melhorias de ambiência, manejo e alimentação. Não é de graça que elas têm essa produção de leite que vemos hoje. Nas abelhas, é preciso ter também todo esse conjunto de fatores."


Victor Lopes
Reportagem Local/FOLHA DE LONDRINA


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