O FIM DA EXIGÊNCIA DE VISTO PARA OS ESTADOS UNIDOS ESTÁ PRÓXIMO.
O embaixador norte-americano no
Brasil, Thomas Shannon, afirmou em entrevista aoG1que “em pouco tempo” os brasileiros não
necessitarão mais de visto para ingressar nos Estados Unidos. Segundo ele, a
extinção da exigência do visto é “um objetivo dos dois governos”.
Shannon concedeu a entrevista por telefone na quinta (24) para
falar sobre as relações entre Brasil e Estados Unidos no segundo mandato do presidente Barack Obama, que
começou na última segunda (21).
“Estamos
trabalhando nisso [a extinção de vistos para brasileiros]. Isso é obviamente um
objetivo dos dois governos, do Brasil e dos Estados Unidos. Mas é um processo,
uma série de acordos que temos que negociar para chegar a esse ponto”, disse.
De acordo com
regulamentação do Congresso norte-americano, para que se anule a necessidade de
visto a cidadão de um país é necessário que ao menos 97% dos pedidos sejam
aprovados. No ano passado, a taxa brasileira estava em 96%.
“Neste
momento, o Brasil está com algo como 95%, ou seja, quase está chegando a esse
ponto. Em pouco tempo, vai chegar lá”, disse Thomas Shannon.
Mas, de
acordo com o embaixador, os dois governos têm que negociar uma série de acordos
que tem a ver com os documentos de identidade, a integridade desses documentos
e a habilidade de trocar informações sobre as pessoas que estão viajando entre
os dois países”.
Segundo ele,
“essas negociações são sempre complicadas porque envolvem informação que
geralmente está protegida por lei de privacidade dos dois países”.
Em 2012, foi
instalado em Belo
Horizonte , mais um consulado dos Estados Unidos para a
emissão de vistos e outros serviços diplomáticos. Um novo consulado deve ser
aberto em Porto Alegre
e, com isso, o país passará a ter seis consulados.
No anúncio
das duas novas sedes, a secretária de estado americana, Hillary Clinton, disse
que o objetivo era “facilitar a retirada de vistos e as viagens, derrubar
algumas barreiras que foram criadas e continuar a promover o contato
interpessoal”.
Shannon
considera que as relações entre Brasil e Estados Unidos estão consolidadas, mas
disse que, em um “mundo dinâmico”, é necessário reforçá-las.
“As relações
entre o Brasil e os Estados Unidos são excelentes, mas no mundo dinâmico temos
que trabalhar todos os dias para reforçar as relações e procurar novas áreas de
cooperação e colaboração. Eu acho que o grande trabalho da presidente Dilma
Rousseff e do presidente Obama é procurar essas novas áreas de cooperação e
colaboração”, disse.
Universidades
Entre as “novas áreas”,ele citou, primeiramente, a educação. “Precisamos construir os laços e vínculos entre as universidades brasileiras e americanas para facilitar o intercâmbio de estudantes e professores. Para realmente construir uma nova parceria na área educacional para o bem estar dos Estados Unidos e do Brasil”, disse.
Entre as “novas áreas”,ele citou, primeiramente, a educação. “Precisamos construir os laços e vínculos entre as universidades brasileiras e americanas para facilitar o intercâmbio de estudantes e professores. Para realmente construir uma nova parceria na área educacional para o bem estar dos Estados Unidos e do Brasil”, disse.
O embaixador
vê o programa do governo brasileiro Ciência sem Fronteiras como um “excelente
começo” para melhorar o intercâmbio entre as universidades. O programa dá
bolsas para jovens brasileiros estudarem fora do Brasil.
Para Shannon,
também é preciso que mais norte-americanos estudem e falem português e mais
brasileiros estudem inglês.
“Temos que
aumentar a quantidade de americanos estudando no Brasil e por isso precisamos
melhorar o ensino de português nos Estados Unidos. Acho que é nesse sentido,
melhorar o ensino de inglês no Brasil e o ensino de português nos Estados
Unidos que vai ser essencial nessa relação educativa”, afirmou.
O embaixador
também disse que é preciso investir mais no comércio e no investimento com o
Brasil. “Cada dia há mais interesse na economia [brasileira]”.
Como os
Estados Unidos enfrentam a pior seca desde 1956, e a safra de grãos, a maior do
mundo, foi prejudicada, Shannon disse que o Brasil deve passar a exportar mais
soja ao país.
“O Brasil
passou os Estados Unidos em produção de soja e deve exportar mais”, afirmou.
Política externa e doméstica
Sobre a política externa norte-americana, principalmente no Oriente Médio e no norte da África, Shannon afirmou que os Estados Unidos, neste segundo mandato de Obama, vão seguir “oferecendo suporte e apoio à democracia na área”.
Sobre a política externa norte-americana, principalmente no Oriente Médio e no norte da África, Shannon afirmou que os Estados Unidos, neste segundo mandato de Obama, vão seguir “oferecendo suporte e apoio à democracia na área”.
“Essa região
está mudando, estão em processo de evolução. Vamos seguir com o apoio à
democracia. É preciso ver que a Al Qaeda está procurando novos locais para suas
operações. Também vamos seguir com o combate ao terrorismo”, disse.
Para Shannon,
mesmo com um mundo em transformação, as empresas norte-americanas ainda são
líderes, e “o papel dos Estados Unidos vai ser ainda mais importante no
mundo para reforçar os processos de paz e de diálogo”, disse.
“Os Estados
Unidos ficam, os outros [como China e Índia], chegam”, disse Shannon.
O embaixador
afirmou que Obama implementou uma “reforma histórica na saúde pública” e vai
manter essa proposta no segundo mandato.
“[A posse
foi] primeiro uma celebração da nossa democracia e também uma celebração da
continuidade. Os segundos mandatos sempre são diferentes dos primeiros
mandatos, mas acho que o presidente Obama em quatro anos fez muita coisa.
Salvou a economia dos Estados Unidos, implementou uma reforma histórica na
saúde pública e também começou uma transformação e uma mudança nas nossas
relações com o mundo e ele vai continuar isso com mais profundidade”, afirmou.
Shannon disse
que gostou do discurso de posse de Obama, na última segunda-feira (21), porque,
segundo ele, mostrou os desafios nacionais e internacionais do país.
“Eu gostei
muito do discurso. Ele ligou os desafios que temos na área doméstica e
internacional e mostrou claramente que os Estados Unidos têm que procurar
maneira de expressar os valores democráticos que são base de nossa cultura
política”, disse
..
Fonte:
G1/Edu-RJ
Pouco tempo é 1 mês, 6 meses ou 1 ano?
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