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ATROPELAMENTOS NA BR-369 - Famílias prometem processar empresa

Parentes de vítimas vão esperar laudo pericial do veículo que atropelou e matou cinco operários na BR-369
Marcos Zanutto
Indignação marcou enterro das vítimas do desastre em Jataizinho
Ibiporã – As famílias dos operários que morreram no atropelamento ocorrido anteontem na BR-369, em Andirá (Norte Pioneiro), não escondiam a indignação pelo trágico acidente. Os sepultamentos ocorridos ontem foram marcados por dor e revolta.

Os operários da Construtora Triunfo, empresa ligada à concessionária Econorte, que explora o pedágio na região, trabalhavam na manutenção e recape asfáltico quando foram atropelados no acostamento da rodovia por um ônibus que transportava trabalhadores rurais. Em depoimento, o condutor alegou que o veículo apresentou problema mecânico.

O corpo de Antonio Melquiades foi sepultado em Jacarezinho. Os irmãos Alessandro e Tiago Pina, no Cemitério Municipal de Jataizinho, mesmo local do sepultamento de Antonio Carlos de Oliveira.

O trabalhador tinha 44 anos e deixou três filhos (a mais nova completou quatro anos anteontem, no mesmo dia da morte do pai). "Foi um choque, um homem trabalhador que estava em pleno gozo da vida. Um acidente com fácil acesso e visão ampla", descreveu o cunhado da vítima, Honório Souza Junior.

Os velório e sepultamento de Wellengton Cazuza Barbosa ocorreram no Cemitério Municipal de Ibiporã. O caixão onde estava o corpo dele chegou lacrado à família. "Pedimos que abrissem e o corpo estava todo desarrumado, sujo. Não precisava ter feito a família passar por isso", lamentou a mãe da vítima, Rosineide Cazuza Barbosa.

O jovem de 24 anos era o filho caçula de Rosineide. Com olhar vago e voz embargada, ela lembrou do filho. "Ele havia acabado de quitar a camionete, sonho dele. Foi uma luta de quatro anos e terminou assim. Um menino muito alegre, cheio de amigos, que vivia sorrindo", disse.

Os familiares das vítimas prometem processar a empresa de ônibus. "Era um ônibus velho, estavam lidando com gente, não podem deixar um veículo daquele rodar. Acabaram com cinco famílias de uma vez só", criticou Marli Brandão, prima de Wellengton.

"Vamos aguardar o laudo pericial, não descartamos a possibilidade. Mas a falta de manutenção nesses veículos de transporte de trabalhadores rurais é algo gritante", disse Honório Junior, cunhado de Antonio Carlos.

O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada (Sintrapav) registrou ano passado dois acidentes semelhantes a este, um deles com três mortes. "Esse tipo de acidente é difícil de acontecer, exigimos sinalização e segurança aos trabalhadores e as empresas cumprem a rigor", definiu o diretor Luiz Alves de Oliveira.

O Sintrapav, que representa 5 mil trabalhadores, promete auxiliar as famílias das vítimas. "Colocamos nossos advogados à disposição e estão acompanhando os fatos de perto", salientou.

folha de londrina

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