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Um em cada três jovens nunca usa camisinha

Pesquisa aponta que meninas fazem mais sexo sem proteção do que meninos

Curitiba - Uma pesquisa inédita divulgada ontem aponta que 38,2% das jovens brasileiras entre 14 e 25 anos nunca ou quase nunca usam camisinha. Já entre os homens da mesma faixa etária, a proporção fica em 29,6%. Se levarmos em consideração ambos os sexos, 34% deixam de lado o preservativo. A Região Sul apresenta os maiores índices de negligência em relação à prevenção (34,8%), seguida pelo Nordeste (34%), Centro-Oeste (26%), Sudeste (21,3%) e Norte (18,5%).

Estes dados fazem parte do 2º Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad) e Comportamentos de Risco entre Jovens, realizado pelo Instituto Nacional de Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas (Inpad) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). O estudo contou com 1.742 entrevistados em 149 municípios de todo o País.

"Ficamos assustados com este resultado. É extremamente preocupante porque não faltam campanhas de conscientização e material de divulgação. Em grande parte, o que percebemos é que a falta de prevenção também está associada ao consumo exagerado de álcool e drogas", avaliou Clarice Sandi Madruga, pesquisadora da Unifesp e coordenadora do Lenad 2.

Conforme o estudo, a quantidade de jovens mulheres que consomem cocaína, por exemplo, chega a 2%, maior do que aquelas que já fizeram uso da maconha (1,4%). Entre os homens da mesma faixa etária, as proporções foram de 5% e 8,3%, respectivamente. "São drogas pesadas e que, aliadas ao álcool, podem trazer prejuízos incalculáveis, inclusive relacionar-se sexualmente sem prevenção. Por isso o objetivo do estudo é divulgar e apontar problemas para que se mude uma situação que está preocupante", completou.

Clarice ainda destaca que a falta do uso de preservativo também impacta em outros pontos da pesquisa. O levantamento apurou que 32% das jovens entre 14 e 20 anos já engravidaram; e que 12,4% das meninas tiveram sua gestação interrompida.

Para João Maria de Castro, coordenador da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/Aids de Curitiba e região, não falta informação, mas conscientização dos jovens. "Em muitos casos os jovens acreditam que, por existir um tratamento, um controle, a doença não mata mais. Realmente a aids não é sinônimo de morte, mas o que eles não entendem é que não tem cura. A pessoa terá que seguir com os medicamentos pelo resto da vida, e lidando com os efeitos colaterais", afirmou.

Elizete Ribeiro, coordenadora do Programa Estadual de Controle das DSTs, Aids e Hepatites Virais da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), reforça dizendo que os jovens precisam repensar suas atitudes, pois com um comportamento de risco eles se tornam vulneráveis ao HIV. "O que está acontecendo é um desapego à prevenção aliada a uma necessidade de imediatismo de consumo, de prazer. E isso vem mais à tona aliada à ingestão exagerada de álcool e outras substâncias", ressalta.

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Rubens Chueire Jr.
Reportagem Local-folha de londrina

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