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Chuvas forçam 50 mil a deixarem suas casas

Áreas mais afetadas são as regiões de fronteira entre Santa Catarina e o Rio Grande do Sul; em Jacutinga, no RS, um homem de 40 anos está desaparecido

Jardel da Costa/Estadão Conteúdo

Iraí foi afetada pelas cheias dos rios Uruguai e do Mel e decretou situação de calamidade pública; nos dois Estados (SC e RS), 93 municípios foram afetados pelas chuvas e 27 estão em situação de emergência



São Paulo - Mais de 50 mil pessoas tiveram que deixar suas casas por causa das intensas chuvas que atingem Santa Catarina e o Rio Grande do Sul nos últimos cinco dias. Uma pessoa está desaparecida. As precipitações que atingem a região Sul nos últimos dias também provocaram alagamentos, cheias de rios, interdições de estradas e interrupção no fornecimento de energia elétrica. As áreas mais afetadas são as regiões de fronteira entre Santa Catarina e o Rio Grande do Sul. Em Jacutinga, no norte do Rio Grande do Sul, um homem de 40 anos está desaparecido. As equipes do Corpo de Bombeiros continuavam as buscas na noite de ontem. José Lindomar da Silva foi levado pela correnteza quando atravessava uma ponte sobre o rio Jacutinga e, provavelmente, escorregou e caiu nas águas, informou a Defesa Civil. Ao menos oito rodovias catarinenses tiveram trechos interrompidos devido a deslizamentos e quedas de barreiras. No RS, trechos de dez rodovias foram bloqueados. A distribuição de água e de energia também ficou prejudicada. Em Chapecó (a 550 km de Florianópolis), uma das cidades mais afetadas no sudoeste catarinense, o abastecimento de energia foi interrompido de forma preventiva em alguns bairros durante o fim de semana. O número de desabrigados e desalojados aumentou em mais de cinco vezes entre sábado e domingo, de acordo com as Defesas Civis dos Estados. Em Santa Catarina, passou de 1.600 para 40 mil. No Rio Grande do Sul, as vítimas passaram de 6.700 para quase 10,8 mil. Nos dois Estados, 93 municípios foram afetados pelas chuvas, e 27 estão em situação de emergência. De acordo com Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina (Ciram), apenas nos últimos dias choveu o volume esperado para até três meses. A intensidade das chuvas diminuiu nos dois Estados ontem e deve continuar perdendo força nos próximos dias.

CALAMIDADE


Em Iraí, na divisa do Rio Grande do Sul com Santa Catarina, a ponte que passa sobre o rio Uruguai foi completamente interditada e não há previsão para liberação. Localizado no norte do Estado, o município decretou situação de calamidade pública na última sexta-feira. Iraí foi afetada pelas cheias dos rios Uruguai e do Mel, que obrigaram 1.400 pessoas a deixarem suas casas. Segundo Edson Borges, coordenador da Defesa Civil do município, 400 pessoas permanecem abrigadas em alojamentos fornecidos pela prefeitura em três pontos da cidade, no Centro de Tradições Gaúchas, na Igreja Matriz e no Ginásio Municipal. O abastecimento de água, diz Borges, começou a se normalizar ontem, mas ainda falta energia elétrica em algumas regiões da cidade. Em estado de calamidade pública, Iraí poderá facilitar a contratação de obras e serviços de recuperação das áreas atingidas pela tragédia. Na prática, o governo fica autorizado a fazer compras sem licitação e pode solicitar verbas dos governos estadual e federal. "Somos um município pequeno, com pouca arrecadação. Não temos como recuperar as áreas atingidas com recursos próprios", afirma o coordenador da Defesa Civil.
Gabriela Sá Pessoa
Folhapress
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