Dança tradicional japonesa ocupa Calçadão
Apresentações anteciparam atmosfera que deve ser vivida na Acel a partir de quinta, quando começa a ExpoJapão

Discípulas da professora Murakami fazem coreografia que remete ao trabalho dos mineiros
Londrina- Na manhã de ontem, o Calçadão foi palco para a apresentação de grupos musicais de origem japonesa, um pré lançamento da ExpoJapão, que será realizada a partir de quinta-feira na sede da Acel próxima ao aeroporto.
Cerca de 20 mulheres na casa dos 70 anos executaram uma coreografia ao som da música Tanko Bushi, gravada originalmente no Japão em 1932 pelo cantor Masao Suzuki. A dança representa os movimentos de operários de uma mina de carvão: escavando, empurrando um carrinho, suspendendo uma lanterna, entre outros. Todos os integrantes executam a mesma sequência de dança formando um círculo.
A professora do grupo é Sumiko Murakami, de 75 anos, que começou a dançar quando ainda era uma criança. Ela relata que foi aluna da professora Mieko Noemi, adepta do estilo conhecido como Hanayagi. Quando sua mestre retornou ao Japão, Sumiko acabou assumindo a função em Londrina.
"O estilo tradicional de dança japonesa é muito contido e não agradou os brasileiros. Nos pediram uma modificação da dança para que os brasileiros passassem a gostar mais. Foi quando modernizei os gestos e introduzi movimentos mais amplos para usar o palco inteiro. Respeitei a base da dança, mas o que a gente apresenta hoje é uma dança nipo-brasileira. Só existe no Brasil", explicou.
A aluna apontada pela professora como a melhor da turma é a dona de casa Tieco Hirota, 79 anos. Ela começou a dançar ainda pequena, quando tinha 9 anos, mas teve de interromper as aulas porque na época morava no sítio. Depois, quando se casou, também não pôde frequentar as aulas. "Somente agora que os filhos estão crescidos e encaminhados voltei a dançar". Ela destaca que as letras das músicas japonesas possuem significados profundos e todas contam uma história. "A que estou ensaiando agora conta a história de um sujeito que foi excluído do grupo de 47 samurais que planejava vingar a morte de seu senhor feudal, pois estava constantemente bêbado, mas acabou agindo por conta própria para ajudar o grupo", relatou.
Tambores
Outro grupo que se apresentou no Calçadão foi o Ryukyu Koku Matsuri Daiko (Tambores Festivos do Reino de Ryukyu) foi fundado em 1982 em Okinawa, ilha ao Sul do Japão. O grupo que se apresentou em Londrina é filiado ao grupo original okinawano e foi formado na Associação Cultural Recreativa Okinawa de Londrina (Acrol). Segundo a presidente do grupo da filial londrinense, a psicóloga Priscila Kuniyoshi, de 28 anos, o grupo surgiu em 2007, depois que recebeu a ajuda de uma professora de São Paulo e também aprimorou sua técnica assistindo vários DVDs com as coreografias executadas pelo RKMD do Japão. Posteriormente Priscila foi convidada a lecionar a dança e os tambores para as crianças da Acrol, que vieram a formar a base do grupo. "Hoje o interesse pela cultura japonesa não é tão grande como na época em que eu era uma criança, mas acredito que essas apresentações ajudem a despertar o interesse pela cultura japonesa", afirmou.
Cerca de 20 mulheres na casa dos 70 anos executaram uma coreografia ao som da música Tanko Bushi, gravada originalmente no Japão em 1932 pelo cantor Masao Suzuki. A dança representa os movimentos de operários de uma mina de carvão: escavando, empurrando um carrinho, suspendendo uma lanterna, entre outros. Todos os integrantes executam a mesma sequência de dança formando um círculo.
A professora do grupo é Sumiko Murakami, de 75 anos, que começou a dançar quando ainda era uma criança. Ela relata que foi aluna da professora Mieko Noemi, adepta do estilo conhecido como Hanayagi. Quando sua mestre retornou ao Japão, Sumiko acabou assumindo a função em Londrina.
"O estilo tradicional de dança japonesa é muito contido e não agradou os brasileiros. Nos pediram uma modificação da dança para que os brasileiros passassem a gostar mais. Foi quando modernizei os gestos e introduzi movimentos mais amplos para usar o palco inteiro. Respeitei a base da dança, mas o que a gente apresenta hoje é uma dança nipo-brasileira. Só existe no Brasil", explicou.
A aluna apontada pela professora como a melhor da turma é a dona de casa Tieco Hirota, 79 anos. Ela começou a dançar ainda pequena, quando tinha 9 anos, mas teve de interromper as aulas porque na época morava no sítio. Depois, quando se casou, também não pôde frequentar as aulas. "Somente agora que os filhos estão crescidos e encaminhados voltei a dançar". Ela destaca que as letras das músicas japonesas possuem significados profundos e todas contam uma história. "A que estou ensaiando agora conta a história de um sujeito que foi excluído do grupo de 47 samurais que planejava vingar a morte de seu senhor feudal, pois estava constantemente bêbado, mas acabou agindo por conta própria para ajudar o grupo", relatou.
Tambores
Outro grupo que se apresentou no Calçadão foi o Ryukyu Koku Matsuri Daiko (Tambores Festivos do Reino de Ryukyu) foi fundado em 1982 em Okinawa, ilha ao Sul do Japão. O grupo que se apresentou em Londrina é filiado ao grupo original okinawano e foi formado na Associação Cultural Recreativa Okinawa de Londrina (Acrol). Segundo a presidente do grupo da filial londrinense, a psicóloga Priscila Kuniyoshi, de 28 anos, o grupo surgiu em 2007, depois que recebeu a ajuda de uma professora de São Paulo e também aprimorou sua técnica assistindo vários DVDs com as coreografias executadas pelo RKMD do Japão. Posteriormente Priscila foi convidada a lecionar a dança e os tambores para as crianças da Acrol, que vieram a formar a base do grupo. "Hoje o interesse pela cultura japonesa não é tão grande como na época em que eu era uma criança, mas acredito que essas apresentações ajudem a despertar o interesse pela cultura japonesa", afirmou.
Vítor Ogawa
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA