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Vendas de materiais de construção caem 4,6%

Desempenho no semestre é afetado por maior número de feriados, pela Copa e por cautela do consumidor; Abramat ainda espera alta de 2% no fim do ano

Ricardo Chicarelli
Em Londrina, a Acomac mantém o otimismo para o segundo semestre, tradicionalmente mais forte para o setor
As vendas de materiais de construção caíram 4,6% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2013, segundo estudo divulgado ontem pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat). A entidade relacionou a queda ao maior número de feriados e ao efeito Copa do Mundo, além da desaceleração do consumo como um todo no País.

O acumulado das vendas nos últimos 12 meses é de retração de 0,9%. Apenas em junho houve redução de 13,6% no faturamento total deflacionado de materiais ante o mesmo mês de 2013 e de 11% em relação a maio deste ano. "O deficit está associado, em boa parte, à redução do número de dias úteis devido aos feriados da Copa do Mundo. Consequentemente, houve redução das atividades no setor", afirma o presidente da Abramat, Walter Cover.

Ainda assim, a previsão é de crescimento em 2014, puxado pela demanda reprimida e pela elevação das vendas no setor imobiliário do fim de 2013, que deverá resultar em avanço na execução das obras nestes próximos meses. "Tendo em vista os resultados acumulados neste primeiro semestre, a previsão de resultado para o ano de 2014 foi revisada para baixo e agora aponta para um crescimento de 2% em relação ao ano passado", completa Cover.

Conselheiro da regional de Londrina da Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção (Acomac), Adriano Montanari afirma que a perspectiva na cidade era que as vendas crescessem 5% neste ano, resultado que não deve ser atingido. "Nosso ano está praticamente começando agora", diz, em relação aos feriados e à Copa.

No entanto, ele mantém o otimismo para o segundo semestre, tradicionalmente mais forte do que o primeiro no setor. "Devemos ter recuperação, mas tudo depende de fatores como a liberação de crédito", afirma Montanari. A preocupação, porém, é que o temor em relação a uma possível crise afete a geração de postos de trabalho e afaste mais o consumidor das lojas.

No Depósito Alvorada, o gerente de vendas Julio Cesar dos Santos afirma que o resultado do semestre ficou estável em relação ao mesmo período de 2013, ainda que a expectativa inicial fosse de alta nas vendas. Em junho, no entanto, houve redução de 5% sobre o mesmo mês do ano passado. "Foi um mês muito quebrado e era praticamente feriado em dias de jogos."

Para atrair o consumidor, Santos conta que foram feitas várias campanhas promocionais, principalmente para conter a onda de pessimismo que ele acredita que tomou conta do País. "As pessoas são levadas muito pelo que veem no noticiário, de que não estão vendendo carros, de que a economia vai mal. Não acho que os clientes não tenham dinheiro no bolso, mas eles se seguram mais por medo do que pode acontecer no futuro", afirma. Ele considera que a demanda reprimida e fatores como o pagamento do 13º salário ainda garantirão alta de 5% no consumo na loja até o fim do ano.

Mais números
Ainda que com queda de 1,5% no semestre ante o mesmo período de 2013, o faturamento deflacionado de materiais de acabamento apresentou melhor desempenho do que o de básicos, que sofreu redução de 6,7% no mesmo comparativo, de acordo com a Abramat.


Fábio Galiotto
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
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