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Inadimplência tem alta de 8,2% no Paraná em 2014

Resultado do Estado foi superior à média nacional que ficou em 2,3%

 
A inadimplência do consumidor no Paraná teve alta de 8,2% em 2014 comparado a 2013. O levantamento é da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito) e foi divulgado pela Associação Comercial do Paraná (ACP). E o resultado do Estado foi superior à média nacional que ficou em 2,3%.

O consultor econômico da ACP, Cláudio Shimoyama, disse que a inadimplência no estado sofreu a influência do desempenho ruim do setor automotivo e do agronegócio que foi prejudicado pela estiagem no ano passado. Com isso, a renda diminui, o que faz as pessoas ficarem inadimplentes. Ele lembrou ainda que o aumento dos juros levam o consumidor a perder a capacidade de pagamento somado à inflação e à alta do dólar.

Ele lembrou que a média do índice de inadimplência no Paraná em 2013 era de 6% e no ano passado subiu para 8%. O economista da Boa Vista SCPC, Flavio Calife, disse que a inadimplência ter fechado o ano no Paraná em patamar superior ao Brasil, mostra que cada região pode vivenciar diferentes momentos do ciclo de crédito.

O vice-presidente da ACP, Ivo Petris, considera o crescimento de 8,2% da inadimplência no Paraná neste ano alto. "A atividade econômica vem sendo impactada há meses pela política econômica do governo", disse. Ele lembrou que o comércio teve queda nas vendas praticamente o ano todo.

Petris observa que, como o Sul do País é muito industrializado, sofreu o reflexo da atividade econômica especialmente com as demissões que ocorreram nas montadoras. Além disso, a região também foi afetada pela redução nos preços dos grãos e de outras commodities.

Na comparação de dezembro de 2014 com o mesmo mês de 2013, o indicador subiu 12,8% e, em dezembro de 2014 comparado com novembro de 2014, a inadimplência teve alta de 1,1%.

Apesar de o crescimento da inadimplência ser maior no Paraná do que no restante do País, o indicador de recuperação de crédito do consumidor no Estado, obtido a partir da quantidade de exclusões dos registros de inadimplência, registrou alta de 2,1% em 2014 em relação a 2013, enquanto no País houve queda de -3%.

Shimoyama acredita que as campanhas realizadas no final do ano pelos comerciantes para a renegociação de dívidas, influenciaram no volume de pessoas que buscaram ter o nome limpo no mercado. Já Calife acredita que com mais consumidores inadimplentes é natural que um número maior de pessoas busquem a recuperação. Petris disse que faz parte da cultura do paranaense querer recuperar o crédito rapidamente.

Na comparação de dezembro de 2014 com o mesmo mês de 2013, o indicador de recuperação de crédito subiu 6,8% no Estado, enquanto no País caiu -1,9%. E, em dezembro de 2014 comparado com novembro de 2014, o índice caiu -1,3% no Paraná e, no Brasil, a queda foi maior, -5,9%.

Shimoyama prevê que a inadimplência no Estado em 2015 deve ficar no mesmo patamar de 2014. Segundo ele, as perspectivas não são otimistas porque o desemprego pode aumentar e a indústria não vai bem. E, lembrou que a economia deve voltar a ter um início de recuperação apenas no segundo semestre de 2016. Petris disse que as medidas da política econômica que vêm sendo adotadas pelo governo são restritivas ao crédito e que a possibilidade de ter inadimplência alta neste ano é muito forte. "A inadimplência deve ficar, no mínimo, no mesmo patamar de 2014", prevê. Ele lembrou ainda que os aumentos de impostos, energia elétrica, combustível e transporte público vão fazer que o consumidor fique com menos dinheiro no bolso.
Andréa Bertoldi
Reportagem Local-folha de londrina
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