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'Achei que ia morrer', diz segurança que teve guarita derrubada pelo vento

Doze municípios foram atingidos, segundo balanço da Defesa Civil. 
Mais de 800 mil pessoas estão sem energia elétrica em todo o estado.

Adriana JustiDo G1 PR
Guarita foi tombada e segurança levou um susto, em Curitiba  (Foto: Edi Carlos / RPC)Guarita foi tombada e segurança levou um susto, em Curitiba (Foto: Edi Carlos / RPC)
O segurança Evandro dos Santos Teodoro levou um susto durante o temporal que atingiu Curitiba na madrugada desta quinta-feira (27), no bairro Barreirinha. Ele estava dentro de uma guarita que tombou com a força dos ventos, que chegaram a 70 km/h na capital. "Achei que ia morrer. A guarita parecia uma folha de papel voando", contou o segurança.
A guarita estava instalada em uma calçada de um condomínio. Apesar do susto, Evandro teve apenas escorações e um inchaço no joelho.

As principais ocorrências foram registradas por conta de destelhamentos e alagamentos, segundo a Defesa Civil.
Um novo boletim da Defesa Civil Estadual, às 11h15, informou que o temporal atingiu 12 cidades do estado. Ao todo, 1.048 pessoas foram atingidas e cinco estão desalojadas. Mais de 250 residências foram danificadas pela força dos ventos.
De acordo com o levantamento, Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais, foi a cidade mais prejudicada. Os ventos, segundo o Instituto Tecnológico Simepar, chegaram a 92 km/h. Mais de 100 casas foram destelhadas e 400 moradores afetados.
Ainda conforme o Simepar, no município da Lapa, na região metropolitana, os ventos atingiram 107 km/h. Já em Colombo, também na Grande Curitiba, uma mulher de 71 anos acordou assustada com o temporal, bateu a cabeça e morreu na hora.
Chuva forte castiga Curitiba e adia início do Brasileiro de canoagem (Foto: Divulgação/Confederação Brasileira de Canoagem)Chuva castigou Curitiba e adiou início do Brasileiro de canoagem (Foto: Divulgação/Confederação Brasileira de Canoagem)
Sem água e luz
O temporal também deixou milhares de domicílios sem luz e água em todo o estado. Segundo a Companhia Paranaense de Energia (Copel), até as 11h30, 200 mil unidades consumidoras, o equivalente a 800 mil pessoas, estavam sem o fornecimento de energia elétrica. 
Os desligamentos estão concentrados nas regiões centro-sul e leste. Na Região Metropolitana de Curitiba, a rede elétrica foi comprometida em Rio Branco do SulBocaiúva do Sul e Itaperuçu.
A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), informou que a interrupção do fornecimento de luz também inviabilizou a produção e a distribuição de água tratada para vários municípios. Até as 12h10, 792 mil unidades consumidoras estavam sem o abastecimento em Curitiba e Região.
A expectativa da Sanepar é de o abastecimento seja normalizado até as 18h. Entre os bairros atingidos estão Atuba, Abranches, Bacacheri, Barreirinha, Boa Vista, Butiatuvinha, Cascatinha, Cachoeira, Lamenha Pequena, Pilarzinho,Santa Cândida, Santa Felicidade, São Bráz, São João, Santo Inácio, São Lourenço, Vila Guarani, Orleans, Tanguá, Taboão e Tingui.
Veja os estragos causados no interior
Em Foz do Iguaçu, no oeste, a chuva e o vento forte derrubaram pelo menos duas árvores na quarta-feira à noite. A estação do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que fica no aeroporto, marcou rajadas de vento de mais de 70 km/h por volta das 22h30. Choveu na cidade o equivalente a 26 milímetros, cerca de 25% da média esperada para o mês.
Já em Medianeira, na mesma região, os bombeiros atenderam chamados de destelhamentos de 22 casas. Parte do quartel do Corpo de Bombeiros também ficou destelhada. Os ventos derrubaram árvores e uma torre de telefonia, que acabou danificando parte de uma casa e o muro da residência. Ninguém ficou ferido. A empresa responsável se comprometeu a pagar os prejuízos causados pela queda da torre.
A agricultora Fátima Maculan, de São Miguel do Iguaçu, calcula que teve um prejuízo de R$ 3 mil com os estragos provocados pelo vendaval. O vento que durou pouco mais de dois minutos foi o suficiente para arrancar metade da cobertura do galpão onde a família guarda o maquinário e alimentos para os animais. O barracão onde ficam os bois também teve 60% do telhado danificado. Propriedades vizinhas também registraram destelhamentos.
Os ventos fortes atingiram ainda as cidades de Dois Vizinhos, onde chegaram a 83 km/h, e Planalto, com 74 km/h, no sudoeste, conforme o Simepar. Os danos na região ainda serão contabilizados.
Em Guarapuava, na região central do estado, apesar dos ventos fortes, que atingiram 91,8 km/h, houve menos estragos. De acordo com o Corpo de Bombeiros, ao menos 30 casas ficaram sem telhas após a ventania.
Em Ponta Grossa, a chuva deixou ao menos 108 casas destelhadas. Dezoito regiões foram atingidas. De acordo com o Simepar, o vento chegou a 92km/h na cidade.
Desde a madrugada, bombeiros e Defesa Civil distribuem lonas para as famílias que tiveram as casas destelhadas. Parte da estrutura metálica de um posto de combustíveis, na PR-151, cedeu. Uma empresa da cidade, na Colônia Dona Luiza, também teve a portaria arremessada. Já na Avenida Ernesto Vilela, no bairro Nova Rússia, o tapume de uma obra ficou retorcido com a força do vento.
Municípios atingidos
Almirante TamandaréCampina Grande do Sul, Campo Largo, Cascavel, Colombo, Curitiba,Fazenda Rio GrandeGuarapuava, Itaperuçu, Ponta Grossa, São José dos Pinhais e São Miguel do Iguaçu.
Em Curitiba, várias ruas ficaram trancadas por causa da queda de árvores  (Foto: Edi Carlos / RPC)Em Curitiba, várias ruas ficaram trancadas por causa da queda de árvores (Foto: Edi Carlos / RPC)
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