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Pessuti: ‘expulsão atende interesses do Requião’

Londrina - Para o ex-governador do Paraná, Orlando Pessuti, a decisão da Comissão de Ética do PMDB de expulsá-lo do partido por infidelidade atende aos interesses do seu desafeto, o senador Roberto Requião (PMDB). Após reunião na sexta-feira, os integrantes da Comissão enquadraram Pessuti em uma resolução da própria legenda, de 15 de junho deste ano, proibindo os filiados com cargo ou função de direção de participar da administração direta ou indireta da gestão Beto Richa (PSDB).

Procurado pela reportagem, o ex-governador afirmou que vai recorrer na Justiça contra a expulsão, alegando não ter sido notificado dos trâmites do procedimento nem do teor da acusação. Caso não reverta a decisão, Pessuti não descartou ingressar em outra legenda.

Ele se colocou como perseguido pelo senador, que hoje tem o comando da Executiva estadual. "Isso é resultado da fanfarronice do Requião. Ele tem medo da nossa ala (PMDB para Todos), que vai lançar candidato para a prefeitura de Curitiba e quer nos enfraquecer." Pessuti se refere ao ex-deputado estadual Stephanes Junior, atual presidente do diretório peemedebista da capital, pré-candidato do partido. "O que o Requião quer, na verdade, é garantir espaço para que o filho dele (deputado estadual Requião Filho) saia como candidato."

Ainda, de acordo com o Pessuti, ao permanecer no comando da sigla, "Requião quer usar recursos do PMDB para pagar as dívidas e as multas da campanha eleitoral". A reportagem não conseguiu falar com Roberto Requião ontem. O filho do senador, contudo, minimizou as acusações de Pessuti. "O Pessuti é um morto político, que tenta aparecer na mídia fazendo ataques ao Requião. Não tenho porque confrontar o que ele diz", reagiu o deputado estadual, Requião Filho.

Segundo o deputado, a Comissão de Ética está com liberdade para trabalhar "e outros que descumprem as regras do partido serão expulsos", sem citar nomes. O deputado federal Osmar Serraglio, o ex-secretário-geral da legenda Doático Santos, o deputado estadual Alexandre Curi, Stephanes Júnior e o líder do governo na Assembleia Legislativa (AL), Luiz Cláudio Romanelli, também seguem na mira da chamada ala requianista da legenda.
Edson Ferreira Reportagem Local-folha de londrina
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