Dois peemedebistas se lançam para líder da sigla na Câmara
Integrantes do PMDB se reúnem e não chegam a consenso sobre regras para eleição da liderança da bancada; um carioca e um mineiro estão na disputa

Atual líder, Leonardo Picciani (RJ) conta com o apoio do governo Dilma para seguir na função e não abre mão da disputa

Leonardo Quintão (MG) ocupou a liderança peemedebista por uma semana em dezembro com apoio da ala pró-impeachment de Dilma
Brasília - Após se reunir por mais de duas horas na tarde de ontem, integrantes do PMDB da Câmara mais uma vez não chegaram a um consenso sobre os procedimentos a serem adotados na eleição para a liderança da bancada, em fevereiro. A única definição é que haverá pelo menos dois deputados disputando a vaga - um deles, o atual líder, Leonardo Picciani (RJ), que não abre mão de sua indicação. Outro que se colocou na disputa foi Leonardo Quintão (MG), que assumiu a liderança do PMDB por uma semana em dezembro, quando a ala do partido pró-impeachment, descontente com a aproximação de Picciani com o Planalto, conseguiu retirá-lo do cargo.
Um dos pontos primordiais do encontro será definir como se dará a escolha do líder. A questão não chegou nem perto de ser decidida. Picciani continua defendendo que valha a eleição por maioria simples, enquanto seus adversários querem fazer valer um acordo selado quando o atual líder assumiu - caso ele desejasse se reeleger, isso deveria ocorrer por dois terços dos votos.
Também não há entendimento sobre a data da eleição, que pode ocorrer em 3 de fevereiro, como quer uma parte da bancada, ou no dia 17 do mesmo mês, tal qual defendido por aliados de Picciani. Na tentativa de apaziguar o racha do PMDB, com a recondução de Picciani, o Planalto buscou integrantes da bancada mineira e ofereceu a Secretaria de Aviação Civil para o deputado Mauro Lopes (MG), conforme a "Folha de S.Paulo" publicou na segunda-feira.
Na reunião ontem, o deputado Darcisio Perondi (RS), contrário a Picciani, entregou uma lista com sugestões. Entre elas, houve concordância com a votação secreta e com a data limite de registro da chapa em 25 de janeiro. Os deputados presentes - estavam ainda Sérgio Souza (PR) e Newton Júnior (MG) - também concordaram com a necessidade de que as futuras indicações pelo novo líder para a comissão especial que vai analisar o impeachment da presidente Dilma Rousseff seja composta por todas as tendências da bancada do partido.
Na próxima quarta, os deputados voltarão a se reunir para tentar acertar as questões. Antes disso, contudo, a bancada de Minas também se encontra, na segunda, para debater um nome de consenso para disputar a eleição para a liderança. Isso porque, embora Quintão se diga candidato, não há consenso em torno do nome dele. "Chamei Quintão há cerca de 20 dias para que ele sentasse com a bancada e ele rejeitou isso. Acredito então que ele seja um candidato avulso, porque não há um aval. Tentaremos um consenso na segunda. Caso ele seja escolhido pela maioria, claro, vamos apoiá-lo, mas não existe essa tendência, basta ver a lista de apoio a ele para destituir o Picciani, que tinha somente dois deputados de Minas", afirmou Júnior, um dos nomes mais cotados para a disputa pelo estado.
Débora Álvares
Folhapress
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FOLHA DE LONDRINA


