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(06-02-2016)Começa a colheita da soja no Paraná

Estado deve produzir 18,01 milhões de toneladas da oleaginosa; chuvas não atrapalharam o bom andamento da safra

Cláudio Nonaca/Embrapa
Em janeiro, o preço médio pago ao produtor paranaense ficou em R$ 71 a saca de soja, 27% mais que o registrado em janeiro de 2015

O tempo abriu e as colheitadeiras de grãos já entraram em campo para a colheita da safra 2015/16 de soja. Depois de um período de mais de dois meses de chuvas recorrentes, os produtores do Paraná começam a respirar aliviados com o aparecimento do sol nas principais regiões produtoras do Estado. Até o momento, mais de 7% de uma área de plantio de 5,26 milhões de hectares já foram colhidos.
De acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), a área semeada neste ciclo é 3% superior ao contabilizado no mesmo período do ano passado, quando foram plantados 5,11 milhões de hectares. Marcelo Garrido, economista do Deral, afirma que a colheita vinha atrasada por causa das chuvas, mas como o tempo melhorou, os produtores intensificaram o recolhimento dos grãos.
Neste ciclo, o Paraná deve colher 18,01 milhões de toneladas do grão, volume 7% superior ao recolhido no mesmo período do ano passado, quando foram retiradas das lavouras paranaenses 16,96 milhões de toneladas da oleaginosa. O rendimento estimado para este período é de 3.436 quilos por hectare (kg/ha) de soja, contra 3.321 kg/ha recolhidos no mesmo período da safra anterior.
Garrido afirma que alguns agricultores registraram perdas em produção devido ao excesso de chuvas que abalou o Estado nas últimas semanas. "Mas só vamos conseguir contabilizar realmente as perdas quando a colheita acabar", salienta o economista do Deral. Apesar de tudo, Garrido acredita que esta será uma boa safra. Ele completa que este ciclo não deverá ser espetacular, "pois sempre se registra um problema ou outro" durante a safra.
O especialista explica que quando há um índice de chuvas fora do normal, principalmente no momento inicial do desenvolvimento da planta, a raiz da oleaginosa pode não ter um bom desenvolvimento. Com a primeira enxurrada, salienta ele, boa parte da lavoura pode ser levada pela água. "O clima ideal para a soja é de chuvas regulares e espaçadas", sublinha o economista do Deral.

Mercado
O mercado da soja está muito favorável para os produtores do grão. Em janeiro, o preço médio pago ao produtor paranaense ficou em R$ 71 a saca de 60 quilos, valor 27% superior ao registrado em janeiro de 2015. Devido aos preços convidativos da oleaginosa, até o momento, 34% da soja do período 2015/16 já foram comercializados, contra 12% no comparativo com o mesmo período do ano passado.
O agronegócio é um dos segmentos mais importantes da economia brasileira, comemora o economista do Deral. "Agora temos que torcer para que esta soja que está no campo tenha qualidade", afirma ele. Mesmo com um bom preço, a margem de ganhos dos produtores tem sido menor neste ano devido à valorização do dólar frente ao real.
Devido à aquisição de insumos importados, o custo de produção dos agricultores paranaenses também aumentou. Em novembro, de acordo com informações do Deral, o custo variável de produção, que leva em conta os gastos dos agricultores com insumos, maquinários, mão de obra, fertilizantes, assistência técnica, entre outros, fechou em R$ 33,39 a saca, contra R$ 28,07 a saca contabilizados no mesmo período do ano anterior. Vale lembrar que o dólar chegou por mais de uma vez nos últimos meses a ultrapassar a barreira dos R$ 4, o que encareceu a compra de insumos importados.
Um dos insumos que mais pesaram no bolso do agricultor foram os fertilizantes. O preço médio gasto por saca de soja em novembro do ano passado foi de R$ 8,71, contra R$ 6,42a saca gastos no mesmo período do ano anterior.

Ricardo Maia
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
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