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Cascavel recebe reforço policial após incêndios criminosos


Luiz Carlos da Cruz/Gazeta do Paraná
Quatro ônibus e um carro foram incendiados entre domingo e segunda-feira

Mais de 100 policiais civis e militares foram chamados ontem para reforçar o policiamento em Cascavel, no Oeste do Estado, após a onda de ataques criminosos registrada entre domingo e segunda-feira. Quatro ônibus e um carro foram incendiados. A força-tarefa iniciada no município conta com apoio de equipes do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) e da Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc). Em razão das ocorrências, o secretário de Segurança Pública do Paraná (Sesp), Wagner Mesquita, o delegado-geral da Polícia Civil, Júlio Cezar dos Reis, e o subcomandante geral da Polícia Militar, Arildo Luis Dias, também se deslocaram para a cidade. Um helicóptero da Polícia Militar foi enviado para auxiliar os trabalhos em Cascavel.
Em entrevista coletiva, o secretário de Segurança Pública ressaltou que "não há nenhum indicativo de ordem de facção criminosa". "Nós temos um trabalho forte de acompanhamento, não só no Paraná, mas em conjunto com vários outros Estados na área da inteligência em relação a essas ações de crime organizado", completou. Ele classificou os casos registrados em Cascavel como pontuais.
Desde o início dos ataques, dois homens foram presos e dois adolescentes foram apreendidos por suspeita de envolvimento nos crimes. Com estes dois últimos, a polícia encontrou um facão e um galão com gasolina. A principal suspeita dos investigadores é que os veículos incendiados tenham relação com a morte de um adolescente na noite do último domingo. O rapaz e outros dois homens teriam tentado roubar a casa de um policial federal. Conforme a Secretaria de Segurança Pública, o segundo suspeito de participação no crime foi morto quando tentava atear fogo em um ônibus.
"Outras medidas de controle [da segurança] já estão sendo tomadas, como reforço na área de inteligência de informações, controle dos presos e revista nas celas. Havendo qualquer indício de envolvimento dos presos nos atentados, eles serão removidos para outras cidades da região", garantiu.
A carceragem da 15ª Subdivisão Policial de Cascavel passou por uma revista minuciosa durante a tarde com o apoio de policiais do Pelotão de Choque.
Na manhã de ontem, representantes da Prefeitura de Cascavel, da Polícia Federal, das polícias Civil e Militar e das empresas de transporte coletivo urbano se reuniram para discutir as ações de reforço na segurança da população. As empresas de transporte coletivo chegaram a suspender o serviço por volta das 21 horas de segunda-feira. Os trabalhos foram retomados na manhã de ontem. Segundo a Companhia de Engenharia de Transporte e Trânsito (Cettrans), três ônibus da empresa Pioneira Transporte Coletivo e um da Viação Capital do Oeste foram atingidos.
Além do aumento da sensação de insegurança do município, os recentes acontecimentos têm gerado transtornos à população. A farmacêutica Cristiane Corredato relata que os ônibus voltaram a circular com duas horas de atraso. "Eu só vi os ataques pela televisão, mas a gente fica preocupada para trabalhar. Esses ataques prejudicam a cidade toda", declarou.
O presidente do Sindicato dos Motoristas de Táxi de Cascavel, Cláudio Fernando Biazi, relata que os taxistas não relataram ao sindicato se houve um aumento de procura de passageiros para retornar para casa, mas ressaltou que todos os profissionais estão preocupados. "Aqui em Cascavel circulam 131 táxis e esses ataques são um risco a mais para os motoristas, já que eles já trabalham sob a tensão diária de enfrentar assaltos e furtos. Na noite de segunda-feira, a polícia realizou a abordagem de vários táxis", destacou.
Na manhã de ontem, a faculdade União Educacional de Cascavel (Univel) publicou em seu site e em sua página no Facebook um comunicado oficial informando que acompanharia com a devida atenção os desdobramentos dos acontecimentos ao longo do dia e, se necessária uma nova tomada de decisão, a mesma seria comunicada pelas redes oficiais e via aplicativo da instituição. Para enfrentar os recentes acontecimentos a publicação orientou seus alunos a adotarem a "carona solidária".

CHACINA EM LONDRINA
Na entrevista coletiva, o secretário de Segurança Pública, Wagner Mesquita, também foi questionado sobre o andamento das investigações relacionadas a onda de violência registrada em Londrina. A chacina que resultou na morte de 12 pessoas completou dois meses ontem. "Em relação a Londrina, foi feito também um esforço em conjunto para dar resposta aquela onda de criminalidade. [...] A força-tarefa lá ficou durante vários dias, aumentou em quase 2.000% as apreensões de drogas na região, cumprimentos de mandado de prisão, houve um resultado efetivo sim. Em relação a investigação dos crimes, essa tem sido feita e divulgada de maneira paulatina, técnica e tranquila porque o tempo nosso é o tempo da prova. O tempo da polícia é o tempo de fazer uma prova robusta e apresentar, com certeza, os responsáveis à Justiça, como autores do crime. A gente entende o anseio da sociedade, mas pede que a sociedade confie", declarou.
Vítor Ogawa e Viviani Costa
Reportagem Local/FOLHA DE LONDRINA
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