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Cresce o número de roubos às agências dos Correios

Somente nos três primeiros meses de 2016, foram registrados 35 assaltos a unidades dos Correios no Paraná, o que equivale a uma ocorrência a cada dois dias e meio. O índice foi divulgado pelo do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR), que chama atenção novamente para a falta de segurança nas agências e o clima de medo e ansiedade entre os funcionários.
Os crimes foram registrados em 25 municípios – em Curitiba foram seis ocorrências. As agências de Bom Sucesso (Região Metropolitana de Maringá) e São Pedro do Ivaí (Vale do Ivaí), já foram alvos de assaltos duas vezes desde janeiro. No começo de março, o gerente da agência de São Pedro do Ivaí e dois clientes foram feitos reféns durante uma tentativa de roubo.
Dois dias depois, foi a vez da agência de São João do Ivaí ser roubada. Há poucos dias, os funcionários de Santa Mariana (Norte Pioneiro) também foram surpreendidos por ladrões. A agência de Ibiporã (Região Metropolitana de Londrina) está fechada desde outubro do ano passado, após ser assaltada cinco vezes em cinco meses. "A gente trabalha porque precisa", desabafou um funcionário, que prefere não se identificar. Em 14 anos, ele foi assaltado quatro vezes durante o trabalho e em uma delas ficou como refém e com revólver na cabeça.
No ano passado, foram registrados 89 assaltos em unidades dos Correios no Estado. Contando com os assaltos a carteiros durante o trajeto, o número salta para 102. Isso representa um assalto a cada três dias, aproximadamente, de acordo com o Sintcom-PR. Ainda de acordo com a entidade, os assaltos às agências cresceram 790% em sete anos. Em 2008 foram registrados 10 assaltos e no ano passado, 89.
O levantamento é baseado nos documentos de Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT). Parte dos funcionários vítimas de crimes fica afastada por meses para tratamento e acompanhamento psicológico.
Em São Pedro do Ivaí, a agência está funcionando uma vez por semana, porque os funcionários estão afastados. Segundo um trabalhador, o gerente rendido no assalto no começo de março estava fazendo o atendimento ao público porque um colega estava de licença médica após ser assaltado três meses atrás. "Os ladrões queriam que ele (funcionário afastado) abrisse o cofre. Ele me disse que se tiver que voltar a trabalhar no atendimento, sem segurança, vai pedir demissão", comentou o colega.
A escalada da violência começou após implantação do Banco Postal dos Correios, em 2002. Com a parceria com o Banco do Brasil, as agências passaram a oferecer serviços bancários como depósitos e saques, aumentando a circulação de dinheiro. O sindicato critica a direção da Empresa dos Correios e Telégrafos (ECT), que "não tem adotado medidas que garantam a segurança dos usuários e trabalhadores nos Correios."
"Nas cidades grandes não tem muitos casos. O alvo são as pequenas. As agências funcionam como um banco, mas sem segurança armado e porta giratória", reclama Fabiano Batista Silvério, diretor do Sintcom-PR, subsede Londrina.

Em Ibiporã, unidade sofre 15 roubos em seis anos


Ibiporã - Em Ibiporã (Região Metropolitana de Londrina), a agência dos Correios foi assaltada 15 vezes em seis anos. No ano passado, os funcionários fizeram uma greve de nove dias pedindo a contratação de segurança. A Empresa de Correios e Telégrafos (ETC) prometeu resolver a situação em 120 dias, mas dois dias após a volta ao trabalho, o local foi mais uma vez alvo de bandidos e a unidade foi fechada temporariamente. Os trabalhadores transferidos para o Centro de Distribuição e Triagem.
"A gente ficava esperando quando seria o próximo assalto. Eles chegavam de capacete ou encapuzados, pulavam o balcão e exigiam o dinheiro. A sensação era que a qualquer momento íamos levar um tiro", contou um trabalhador.
Hoje, o serviço dos Correios é feito por uma agência franqueada no centro da cidade, mas de acordo com o diretor do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR), Fabiano Batista Silvério, nem todos os serviços postais são oferecidos pela franqueada. "A população está perdendo com o fechamento da agência, porque dependendo da encomenda precisa ir para Jataizinho fazer a postagem."
Para o sindicalista, a ECT não está dando a devida importância para a situação. "Cobramos uma resposta da empresa, mas eles só dizem que estão monitorando e que têm uma matriz de risco para avaliar a necessidade de segurança, mas como as agências não são bancos, não têm necessidade de segurança", disse o diretor.
O dirigente do Sintcom afirma que a ECT descumpre a legislação federal, que determina que empresas que realizem transações financeiras devem garantir vigilantes e outras medidas de segurança, e o Acordo Coletivo de Trabalho, que diz que "a ECT mantém o compromisso de adotar as medidas necessárias para preservar a segurança física dos empregados e empregadas, clientes e visitantes que circulam em suas dependências".

ESTRUTURA
A ECT afirmou, por e-mail, "que todas as agências possuem cofres e sistemas de alarme e de imagens". "A empresa mantém uma estrutura especializada em segurança, que monitora o grau de risco em todas as suas unidades. De acordo com esses levantamentos, são determinados os locais que precisam de reforço na segurança, com recursos como portas giratórias e vigilantes. Por questão de segurança, os Correios não divulgam detalhes dos equipamentos instalados em agências." A empresa também informou que não tem data prevista para a reabertura da agência de Ibiporã.(A.M.P.)
Aline Machado Parodi
Reportagem Local
FONTE - FOLHA DE LONDRINA

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