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(03-04-2016)Educadores debatem sexualidade na escola em fórum de Educação

Vice-presidente da Undime-PR, Janet Thomas, abordou questão de gênero e expôs que judicialização coloca professores em risco

Rei Santos
Debate reuniu educadores de toda a região de Londrina e fez parte da programação do Fórum Estadual de Educação Infantil promovido pela Undime-PR

A postura do professor diante das questões recentes sobre a sexualidade foi tema de palestra ministrada na manhã de ontem pela secretária municipal de Educação de Londrina, Janet Thomas, no auditório da Unopar, campus Catuaí. O debate que reuniu educadores de toda a região fez parte da programação do Fórum Estadual de Educação Infantil promovido pela União dos Dirigentes Municipais de Educação do Paraná (Undime-PR).
Janet, que também é vice-presidente da entidade, abordou temas polêmicos como a questão de gênero nas escolas. A secretária expôs que, atualmente, os professores correm sérios riscos de serem processados por conta da polarização de posições que se criou em torno da interpretação do conceito de gênero. "Devido à polêmica que se criou em torno do tema, é importante treinar os professores para que estejam seguros e saibam até onde vai o papel do professor e onde começa o dos pais e da família", comentou.
Durante a palestra, Janet relatou que a sexualidade está presente na escola independente do desejo de qualquer opção escolar ou de políticas públicas. Ela também criticou o que considera desinformação de alguns setores que acreditam que a escola estimula a criação de um gênero neutro. "Nossa missão é de acolhimento e aceitação, não estimular meninas a se comportarem como meninos, ou ao contrário. Isso precisa ficar bem claro", destacou.
Ela citou dois casos ocorridos em Londrina em que os pais entraram com ação judicial contra a escola por conta dos professores trabalharem conteúdo didático com referência a famílias não tradicionais. Segundo ela, modelos de notificações extrajudiciais estão sendo distribuídos em igrejas para pressionar os educadores, que estão em risco com a judicialização. "No nosso caso, o diretor da escola é orientado a avaliar o conteúdo do material didático. Se houver algum tema polêmico, ele deve debater com a Associação de Pais e Mestres (APM), compartilhando assim a responsabilidade."
Para Janet, o professor deve diferenciar a posição pessoal e assumir o papel de educador. "Cada um tem um posicionamento sobre esta questão delicada, mas para a escola, família é o que nos chega, independente de nossa opinião", enfatizou. A secretária disse ainda que o educador nunca pode se omitir em caso de preconceito. "O professor nunca pode fingir que não ouviu uma situação de bullying, por exemplo. É preciso intervir de forma inteligente, com perguntas inteligentes. Questionar o porquê de a criança estar agindo daquela forma. A resposta, muitas vezes, expõe o preconceito dos pais. A criança apenas reproduz o que aprende em casa."

FÓRUM

O Fórum Estadual de Educação Infantil teve início na tarde de sexta-feira com palestra sobre orientações pedagógicas com a psicoterapeuta e doutora em Educação, Marta Chaves. Às 19 horas, o professor Eduardo de Campos Queiroz discursou sobre o desenvolvimento e a educação infantil. O evento seria encerrado na tarde de ontem pelas professoras Aliny Perrota e Márcia Batista que abordariam a formação de leitores na educação infantil.
Celso Felizardo
Reportagem Local
FOLHA DE LONDRINA
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