[Fechar]

Últimas notícias

Uso de contêiner se torna cada vez mais comum(Prático e sustentável)

Baixo custo e rapidez de instalação atraem empreendedores

Celso Pacheco
"Foi muito mais rápido do que se tivéssemos optado por uma estrutura de alvenaria", calcula Paulo Kadoya

Lanchonete, bicicletário, depósito, loja de roupas, casa, restaurante... São muitas as possibilidades de negócio e até de moradia em contêineres, uma opção altamente sustentável. Reutilizar as peças que um dia serviram para transporte de carga não é algo novo e aos poucos mais e mais estabelecimentos em Londrina optam por essa forma de instalação.
Sócio-proprietário do Green Açaí, Paulo Henrique Takeshi Kadoya ouviu falar na alternativa durante uma pós-graduação em gestão de negócios. Há cerca de três anos, em sociedade com o irmão Fernando Kadoya, ele começou a montar o projeto, formado por três contêineres, que hoje abriga um lava-rápido e a lanchonete. Seguindo a ideia da sustentabilidade, a maior parte dos móveis é formada por carretéis, pallets, pneus e caixotes de madeira.
"Nosso objetivo era ser o mais ecológico possível, justamente por conta dessa tendência de empresas ecológicas. Mas tudo é muito caro e não temos incentivos do governo, por isso tivemos que nos adaptar. A captação da água da chuva e as placas para energia solar tiveram que ser deixadas de lado, mas optamos por não usar ar-condicionado e sim um equipamento que ventila e umidifica o ambiente. Até pelo nome queremos que o cliente se sinta bem, em um espaço verde, com alimentos saudáveis", explica, mostrando o Lago Igapó à frente.
Os contêineres foram comprados em Paranaguá (Litoral), por um profissional contratado pelos irmãos para escolher as melhores peças – já que muitas estão amassadas ou apresentam pontos de ferrugem - e enviá-las para Londrina. Cada contêiner custou R$ 8 mil instalado (incluindo custo da peça e frete, entre outras despesas). Foram compradas peças grandes, de 12 metros, por 2,4m de largura e 2,9m de altura – as mais altas disponíveis e por isso mais "confortáveis".
"Por sermos a segunda empresa de Londrina a usar esse formato, na época ainda não tinha empresas preparadas para esse tipo de serviço. Hoje há empresas especializadas que te entregam o trabalho pronto em 60 dias, mas na época fizemos o serviço todo aqui. Devido à chuva, acabamos levando 90 dias para finalizar. Mesmo assim foi muito mais rápido do que se tivéssemos optado por uma estrutura de alvenaria", calcula.
O projeto unindo os três contêineres – inclusive com um deles tendo sido sobreposto aos outros dois - foi feito pelos irmãos e supervisionado por um arquiteto, que também cuidou de toda a documentação junto à prefeitura. Muitas características do empreendimento não se enquadravam nas das construções comuns e por isso até a liberação houve expectativa que algo pudesse dar errado.
Agora a ideia dos sócios é comprar contêineres menores e ampliar os pontos de venda. "Percebemos que em uma peça só podemos fazer tudo", justifica Kadoya.
Érika Gonçalves
Reportagem Local/FOLHA DE LONDRINA

Nenhum comentário

UA-102978914-2