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Com bens bloqueados, Rossoni nega contratação de fantasmas

Secretário-chefe da Casa Civil do governo Beto Richa diz que acusações são "inverídicas" e que vai recorrer da decisão

Sandro Nascimento/Alep
Se for condenado por improbidade administrativa, Valdir Rossoni poderá perder o cargo de deputado federal

Curitiba - O secretário-chefe da Casa Civil do Paraná, Valdir Rossoni (PSDB), disse ontem que vai recorrer da decisão da 4ª Vara da Fazenda Pública de bloquear seus bens – e de mais dois ex-funcionários - no valor de R$ 2,4 milhões. A medida cautelar foi assinada pelo juiz Guilherme de Paula Rezende. Valdir Rossoni é acusado pelo Ministério Público (MP) por improbidade administrativa. O caso investigado aconteceu quando o tucano exerceu o cargo de deputado estadual no período de 2007 a 2010. O chefe da Casa Civil é acusado de ter mantido funcionários fantasmas em seu gabinete. Segundo o tucano, as acusações são "inverídicas". "As duas pessoas citadas no inquérito não foram por mim nomeadas, nunca trabalharam no meu gabinete e nunca fizeram parte da minha equipe", disse o secretário, em nota divulgada à imprensa.
Os dois homens citados acima por Rossoni são Gustavo Ribas e Yuri Eduardo Rover, que teriam sido nomeados para o seu gabinete, recebendo salário de R$ 9,1 mil. Segundo a denúncia do MP, os dois teriam repassado os vencimentos para o chefe de gabinete de Rossoni, o empresário Altair Carlos Daru. Como colocou o juiz em sua decisão, é "nebulosa" a questão de Ribas haver efetivamente trabalhado na Assembleia Legislativa (AL). Há suspeita de que ele não trabalhava mesmo na Casa. Aos promotores, Ribas justificou que era agente externo, função que não era prevista por lei naquela época.
Quanto ao outro ex-funcionário, Yuri Rover, ele afirmou ao MP que embora estivesse nomeado no gabinete de Rossoni entre julho de 2008 e março de 2009, nunca atuou na Assembleia. Yuri Rover não está incluído entre os réus do processo. Pelos cálculos do MP, os salários pagos aos dois supostos funcionários fantasmas causaram um prejuízo aos cofres públicos de R$ 794,6 mil, por isso o bloqueio dos bens, prevendo um possível ressarcimento e pagamento de multas. Em seu despacho, o juiz coloca que "a indisponibilidade dos bens visa evitar que ocorra a dilapidação patrimonial, não é razoável aguardar atos concretos direcionados à sua diminuição ou dissipação, na medida em que exigir a comprovação de que esse fato estaria ocorrendo ou prestes a ocorrer tornaria difícil a efetivação da medida cautelar em análise".
Se for condenado por improbidade administrativa, Rossoni poderá perder o cargo de deputado federal – ele está licenciado para chefiar a Casa Civil - e os seus direitos políticos.
A FOLHA não conseguiu fazer contato com os três ex-funcionários de Rossoni. Para uma emissora de televisão, Daru e Ribas disseram que não iriam comentar o caso antes de ter acesso à decisão da Justiça.
Adriana De Cunto
Reportagem Local
FOLHA DE LONDRINA

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