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PF prende dois suspeitos de organizar invasão a terra indígena em MT


Produtores rurais e mais 11 já tinham sido denunciados pelo MPF.
Área de propriedade dos xavantes foi desocupada em 2013 e 2013.

Do G1 MT
Índigenas tinham denunciado possível invasão ao novo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes (Foto: Polícia Federal/ MT)Índigenas tinham denunciado possível invasão ao novo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes (Foto: Polícia Federal/ MT)
Duas pessoas foram presas pela Polícia Federal nesta sexta-feira (20), em Alto Boa Vista, a 1.064 km de Cuiabá, por suspeita de organizar uma invasão à Terra Indígena Marãiwatséde, naquele município. De acordo com a Polícia Federal, a operação Borduna foi deflagrada após movimentação de líderes comunitários com o intuito de voltarem a ocupar a área. As famílias de produtores rurais foram retirados à força da terra em 2013 e 2014.
Em 2015, o Ministério Público Estadual (MPE) havia denunciado esses dois e outros 11 produtores rurais suspeitos de envolvimento em invasões na área que pertence aos índios xavantes e tinha sido ocupada por posseiros. Esses grileiros foram retirados à força do local, em 2013.

No dia 13 deste mês, indígenas entregaram ao novo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, um documento denunciando a possível reinvasão e cobrando proteção à área. Na ocasião, o ministro disse que iria encaminhar a denúncia à Polícia Federal.
Houve uma longa disputa judicial pela área, que tem 165 mil hectares e fica entre as cidades de Alto Boa Vista, São Félix do Araguaia e Bom Jesus do Araguaia. A briga entre União e posseiros durou 20 anos, até que a Justiça reconheceu o local como sendo de propriedade dos índios xavantes.
Diante dessa situação, o Ministério Público Federal, a Funai e a Polícia Federal pediram à Justiça Federal a prisão desses suspeitos na tentativa de evitar a invasão.
Os presos foram encaminhados para a Delegacia de Polícia Federal em Barra do Garças, a 516 km de Cuiabá. Os investigados podem responder por associação criminosa armada, invasão de terras públicas, dentre outros crimes, de acordo com a PF.
Confronto entre produtores e polícia em Maraiwatsede (Foto: Reprodução/TVCA)Confronto entre produtores e polícia em Maraiwatsede durante retirada de posseiros
(Foto: Reprodução/TVCA)
A área
De acordo com a Funai, o povo xavante ocupa a área Marãiwatsédé desde a década de 1960. Nesta época, a Agropecuária Suiá-Missú instalou-se na região. Em 1967, índios foram transferidos para a Terra Indígena São Marcos, na região sul de Mato Grosso, e lá permaneceram por cerca de 40 anos.
A Funai diz que em 1992- quando iniciaram-se os estudos de delimitação e demarcação da Terra Indígena - Marãiwatsédé começou a ser ocupada por não índios. O ano de 1998 marcou a homologação, por decreto presidencial, da Terra Indígena.
No entanto, diversos recursos impetrados na Justiça marcaram a divisão de lados entre os produtores e indígenas. Em 2012 ,durante a desintrusão judicial, houve confronto no primeiro dia de operação. Ainda em janeiro de 2013, Marãiwatsédé foi devolvida oficialmente aos indígenas.
Um ano após, em janeiro de 2014, as famílias decidiram voltar para a área alegando não terem recebido a assistência prometida pela União. Em abril do mesmo ano, após nova invasão, chegou ao fim a nova reintegração de posse realizada pelos agentes federais.
FONTE - GLOBO.COM

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