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PRODUTORES APOSTAM NO TRIGO PARA SAFRA 2016/2017.



Mesmo com preço mínimo abaixo do custo de produção e valorização do milho segunda safra, produtores apostam no trigo para safra 2016/17

Fotos: Anderson Coelho
No Brasil, de acordo com a Conab, a área de plantio de trigo fechou em 2,1 milhões de hectares, queda de 14%

Uma dúvida cruel – e que vale dinheiro no bolso – martelou a cabeça de alguns produtores do Paraná meses atrás: apostar na pujança atual do milho segunda sagra ou encarar, mais uma vez, as incertezas do trigo? De fato, o milho acabou ganhando espaço nesta safra, mas mesmo com área menor, o trigo continua sendo uma cultura que tem força no Estado, até porque em algumas regiões só existe a possibilidade de plantar culturas de inverno.
De qualquer forma, os problemas da triticultura se repetem safra após safra no País: preço mínimo abaixo dos custos de produção e importação de bom volume da commodity, desvalorizando o trigo nacional. Mesmo com tantos fatores negativos, a reportagem da FOLHA conversou com produtores que ainda veem esperança de bom retorno na safra 2016/17.
Números do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) apontam uma retração na área de produção 14% em todo o Estado, caindo de 1,34 milhão de hectares (ha) para 1,15 milhão ha. Mesmo assim, a expectativa, até o momento, é que a produção aumente de 3,2 milhões de toneladas (t) para 3,4 milhões t, alta de 6%. Se o clima permitir, a produtividade também deve ter boa elevação, de 2.448 quilos (kg) por ha para 3.008 kg/ha, alta de 23%. Até o momento, mais de 50% da área já foi plantada, com as regiões Norte e Oeste concluídas, e com o aumento de intensidade de semeadura a partir de junho na região Sul.
O técnico do Deral especializado na cultura, Carlos Hugo Godinho, afirma que, diferentemente do ano passado, até o momento o clima está ideal. "Tivemos um leve atraso no plantio em abril devido à seca intensa naquele momento. Entretanto, as chuvas deste mês estão longe de atrapalhar a cultura, muito pelo contrário. No ano passado, o grande problema que gerou quebra na safra foi justamente as chuvas, mas no momento da colheita", explica.
Godinho relata ainda que as chuvas da safra passada desmotivaram demais os produtores este ano. Alguns claro, tem a opção do milho safrinha, mas em outros locais onde o inverno é mais rigoroso, mesmo sem a opção de plantar o grão, eles preferiram apostar em outras culturas de inverno. "Na região Sul, em alguns casos, os produtores fizeram apenas a cobertura vegetal com palhada."
Em relação à qualidade do produto, o especialista comenta que o produtor paranaense tem conseguido melhorar o grão, em adaptação ao mercado altamente exigente. "Os triticultores têm escolhido variedades que agradam os compradores. No ano passado, a comercialização fluiu bem, sem residuais. Este ano, poderemos ter problemas com a entrada forte do milho argentino, que deve aumentar a área plantada."

CENÁRIO NACIONAL
No Brasil, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área de plantio de trigo fechou em 2,1 milhões de hectares, queda de 14%. A produção pode atingir a marca de 5,8 milhões de toneladas, alta de 5,3%. O número representa 50% do consumo interno de trigo do País, de aproximadamente 11,5 milhões de toneladas. Para suprir a demanda, a importação é inevitável, principalmente da Argentina, Uruguai, Paraguai, Canadá e Estados Unidos.
Victor Lopes
Reportagem Local
FOLHA DE LONDRINA

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