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Pais e alunos cobram reforma de escola estadual


Há 16 meses, desde que o maior colégio de Cambará foi destruído por incêndio, 1,3 mil alunos têm aulas improvisadas em escola com capacidade para 500 crianças

Divulgação
Reforma do Colégio Estadual Professor Sílvio Tavares foi autorizada e licitação está marcada para o próximo mês; obra está orçada em R$ 1,7 milhão

Cambará - Os alunos do Colégio Estadual Professor Sílvio Tavares, de Cambará, estão estudando de forma improvisada na Escola Municipal Rosa Saporski. O que era para ser uma solução provisória, enquanto o colégio era reformado emergencialmente, após ser atingido por um incêndio no ano passado, já se arrasta por um ano e quatro meses.
Na sexta-feira passada, a Associação de Mestres, Pais e Funcionários (AMPF) fizeram uma manifestação em frente a escola, pedindo um posicionamento da Secretaria Estadual de Educação. "Esperamos um tempo, mas como não tivemos uma resposta decidimos fazer a manifestação. Afinal, já são um ano e quatro meses nesta situação", disse Maria Aparecida Felicio Deruza, presidente da AMPF.
Os pais reclamam que a escola provisória é pequena para abrigar os 1,3 mil alunos do ensino fundamental 2 e ensino médio. Os alunos não têm espaço para o recreio. O movimento dos pais iniciou com postagem de fotos nas redes sociais. "Queríamos que as fotos chegassem até alguém que se sensibilizasse com a nossa situação", contou Maria Aparecida. Eles também criaram um abaixo-assinado virtual cobrando a reforma do colégio.
O colégio, construído em 1940, é o maior de Cambará e teve 70% das dependências destruídas num incêndio na noite do dia 11 de fevereiro de 2015. O fogo destruiu o andar superior do prédio, atingindo 16 salas de aulas, incluindo os laboratórios de informática, química, física e biologia.
A diretora Maria Angela Cegatti afirmou que a escola municipal apresenta problemas hidráulicos e elétricos, o pátio é apertado e os alunos continuam sem laboratórios. "Estamos trabalhando com o que dá. A luta é diária. Os alunos trazem alguns materiais de casa e os professores tentam construir os equipamentos para dar as aulas", disse a diretora.

LICITAÇÃO
O Núcleo Regional de Educação de Jacarezinho (NRE) informou que a reforma da escola já foi autorizada. A licitação está marcada para o dia 27 de julho. A obra está orçada em R$ 1,7 milhão.
A assistente do NRE, Andréia Viginitti, justificou que a demora no início das obras foi em função dos tramites burocráticos. Segundo ela, logo após o incêndio, uma empresa foi contratada de forma emergencial e tinha prazo de 90 dias para fazer as obras. "A empresa perdeu esse prazo e o Tribunal de Contas do Estado (TCE) determinou que fosse feito um processo licitatório normal. Esse processo é mais demorado", afirmou Andréia. Na época, a empresa fez apenas a retirada dos entulhos do prédio.
A expectativa é que as obras comecem no segundo semestre e termine ainda este ano. Mas o núcleo não quis dar prazos para o retorno dos alunos para o prédio do Sílvio Tavares.
A AMPF vai acompanhar a licitação e o andamento das obras e caso não veja evolução no processo promete fazer novas manifestações.
De acordo com o NRE, os alunos estão sendo bem atendidos na Rosa Saporski. Mas os pais discordam. "Estar ali não está bom e não pode ser algo definitivo. Os alunos têm que voltar para a casa deles", rebateu a presidente da AMPF.

IMPROVISO
A Secretaria Municipal de Educação de Cambará também aguarda ansiosa pela reforma do colégio estadual. O município emprestou a Escola Municipal Rosa Saporski, que atendia 500 estudantes de 5 a 11 anos, ao Estado.
Os alunos da rede municipal foram remanejados para a Escola Municipal Maria Alice Bitencourt Augusto Forte, antigo Colégio Agrícola, que também abriga a Secretaria de Educação. "O município teve que fazer sacrifícios para ajudar o Estado. Foi uma união de forças naquele momento", disse Francieli Axman Tavares Duarte, secretária de Educação e Cultura de Cambará, se referindo à época do incêndio.
Quando emprestou a escola, o município acreditava que seria uma situação temporária, por uns seis meses. "Estamos conversando com o núcleo e acreditamos que agora as coisas vão caminhar. As duas escolas estão sofrendo com essa situação", assegurou Francieli.
Quando os alunos do Estado voltarem para o colégio, a escola municipal deve passar por uma reforma geral. A licitação desta obra estava pronta e foi suspensa quando o prédio foi emprestado.
Aline Machado Parodi
Reportagem Local
FOLHA DE LONDRINA

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