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USP promove mutirão de cirurgias em Bandeirantes


Médicos e estudantes da Universidade de São Paulo realizam 50 cirurgias eletivas gratuitas na Santa Casa do município

Fotos: Carlos Almeida/Divulgação
Projeto vai atender 50 pacientes que passaram por triagem na Secretaria de Saúde e foram considerados casos de prioridade absoluta
"Só quem sofre com uma enfermidade sabe da importância de ser operada e recuperar a saúde. Estou me sentindo ótima", comemora Marcília de Fátima, que esperou dois anos pela cirurgia

Bandeirantes – Pela primeira vez um município paranaense está sendo contemplado pelo Bandeira Científica (BC), projeto de extensão da Universidade de São Paulo (USP), que atua desde 1957. Este ano, Bandeirantes, no Norte Pioneiro, foi o município brasileiro escolhido para receber os serviços médicos da Expedição Cirúrgica, vertente do BC que nasceu em 2013 para realizar cirurgias em municípios vulneráveis no Brasil.
As atividades começaram na segunda-feira na Santa Casa de Bandeirantes e prosseguem até sexta-feira. Durante a semana, o mutirão de cirurgias nas áreas de ginecologia e gastroenterologia irá beneficiar 50 pacientes.
De acordo com o prefeito de Bandeirantes, Celso Silva (PDT), o município foi contemplado porque preencheu os critérios de seleção, que exigem Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) entre 0,5 e 0,7, cobertura de mais de 50% da cidade pelo Programa de Saúde da Família e população entre 20 mil e 60 mil habitantes. Silva explicou que, na primeira etapa, uma equipe composta por 11 profissionais, formada por ginecologistas, gastroenterologistas, anestesistas e enfermeiros, realizaram consultas com pacientes pré-selecionados com problemas ginecológicos e gástricos e todos vão se submeter ao procedimento cirúrgico indicado.
O secretário municipal de Saúde, Reinaldo Marqui, complementa ainda que estão sendo realizadas laqueaduras e encaminhamentos de casos com suspeita de câncer. No recrutamento de pacientes com queixas gástricas, com dores abdominais, hérnia abdominal e cálculo biliar, as cirurgias também estão garantidas. Para o atendimento adequado, a USP trouxe os instrumentos necessários para as intervenções.
Em abril deste ano, a Secretaria Municipal de Saúde promoveu uma triagem com cerca de 300 pacientes. Destes, 50 foram selecionados por prioridade absoluta. Além das consultas no Centro de Saúde da Mulher e da Criança, os pacientes passaram por exames de ultrassonografia e pré-cirúrgicos e retornaram para os médicos confirmarem a classificação de elegibilidade para cirurgia.
Nesta semana, uma equipe com cerca de 40 pessoas, coordenadas pelos médicos Carolina Bonizzio, Christopher Nagao, Leonardo Panhoca e Yuri Justi e professores, especialistas, cirurgiões, residentes e alunos, estão realizando as intervenções. "Todos os procedimentos cirúrgicos são minimamente invasivos. Após a realização das cirurgias, a equipe do projeto acompanha sua recuperação e só volta para São Paulo, quando todos os pacientes receberem alta. Eles ainda voltam em uma data a ser confirmada para uma avaliação dos procedimentos realizados nesta etapa", explica Marqui.

FIM DA ESPERA
A dona de casa Marcília Soares de Fátima, de 47 anos, que aguardava há cerca de dois anos por uma cirurgia corretiva, foi atendida pelo projeto "Bandeira Cirúrgica" da USP. Depois da operação, já se recuperando na enfermaria da Santa Casa, ela disse que este foi o melhor presente que poderia ganhar neste ano. "Só quem sofre com uma enfermidade sabe da importância de ser operada e recuperar a saúde. Estou me sentindo ótima", comemora. Elide Maria Ormeneze de Carvalho, de 48, também elogiou o projeto e o tratamento que recebeu dos profissionais, tanto na hora da preparação, como no pós-cirúrgico. "Não senti nenhum incomodo nesta cirurgia e estou feliz por poder recuperar a saúde", afirma.
Ansiosa para voltar para casa, Miriam Andréia dos Santos Takei, de 44, destacou que Bandeirantes foi abençoada por receber esta equipe fantástica de médicos. "Estou me sentindo uma nova mulher. Tudo transcorreu dentro da mais perfeita normalidade. Queria agradecer a todos que estão participando deste programa e, principalmente, a estes médicos", destaca. A funcionária pública Marcília Soares de Fátima, de 47, também não escondeu a emoção de poder se livrar de um problema de saúde que arrastava por vários anos. "Estou feliz porque nossa cidade foi escolhida diante de milhares no Brasil para receber este projeto. Melhor ainda porque vou poder voltar a trabalhar com mais saúde", finaliza.
Marcos André de Brito
Especial para a FOLHA DE LONDRINA

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