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MP deve acionar Estado para agilizar reforma de colégio


Luiz Guilherme Bannwart/Divulgação
Cozinha da cantina foi adaptada em cômodo construído para abrigar zelador; interdição do refeitório ocorreu em 2011 devido riscos de desabamento

Santo Antônio da Platina - A Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed) liberou no início de junho o recurso financeiro para a demolição do refeitório do Colégio Estadual Rio Branco, em Santo Antônio da Platina. A área está interditada desde 2011 por risco de desabamento. No entanto, as obras de reconstrução da estrutura ainda não têm data prevista para começar.
Na semana passada, a direção da unidade escolar procurou novamente o Ministério Público Estadual (MP-PR) para denunciar o problema. A promotora de Justiça Kele Cristiani Diogo Bahena, do Núcleo do Grupo Especializado na Proteção ao Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa, adiantou que deve concluir nos próximos dias o processo dos documentos para ajuizar uma ação de improbidade contra o governo estadual.
A diretora do Colégio Rio Branco, Ana Maria do Prado Valdivieso, revelou que as obras de reconstrução do refeitório estão orçadas em R$ 700 mil e, segundo a Seed, o projeto já se encontra em fase de licitação, mas nenhum responsável pela pasta sabe informar quando os trabalhos na unidade terão início. "Depositaram R$ 15 mil na conta do colégio para a demolição do refeitório com a promessa de que a verba para a reconstrução seria liberada logo em seguida, mas já se passou um mês e até agora nada aconteceu. Como não obtivemos uma posição concreta da Seed e diante dos riscos que corremos todos os dias, decidimos por bem procurar o Ministério Público para conduzir as negociações", conta a diretora.
Além do refeitório, os problemas estruturais comprometem várias outras repartições do colégio. Salas de aulas, banheiros, laboratório e parte do auditório apresentam rachaduras extensas que impedem a utilização dos espaços. Em 2011, havia 3 mil alunos matriculados na unidade. Atualmente, são pouco mais de 1,3 mil estudantes em razão dos riscos que os problemas oferecem.
Na hora do recreio, os alunos são obrigados a enfrentar filas em um dos corredores das salas de aula para garantir a merenda distribuída de forma improvisada. A grande maioria deles também se alimenta em pé sob sol e chuva em razão da fata de espaço adequado.
A cozinha da cantina precisou ser adaptada em um cômodo construído para abrigar o zelador do colégio. Já os mantimentos são guardados em uma sala de aula que poderia receber ao menos 40 alunos.
Na manhã de ontem, acompanhada da diretora Ana Maria, a reportagem da FOLHA entrou em contato com a Seed para saber sobre o início das obras no Colégio Rio Branco. O órgão informou que somente o engenheiro civil da Seed, Marco Tulio Batista Prado – ligado ao Núcleo Regional de Educação de Jacarezinho – poderia responder pelo processo. Prado não foi localizado para comentar o assunto.
De acordo com a direção do colégio, a reforma total do prédio custaria cerca de R$ 3 milhões aos cofres do Estado, que alega não possuir recurso disponível para custear o projeto.

PROBLEMA ANTIGO
De acordo com o professor Paulo Roberto Tanko, os problemas estruturais no Colégio Estadual Rio Branco são antigos. Ele lembra que no fim da década de 1950, pouco após a construção da unidade escolar, um dos blocos do complexo desabou por conta de infiltrações no solo. "Sorte que o acidente aconteceu em um fim de semana e não havia alunos no colégio, pois certamente seria fatal", lembra Tanko, que é uma das testemunhas ouvidas pelo MP na ação de improbidade administrativa.
Luiz Guilherme Bannwart
Especial para a FOLHA DE LONDRINA

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