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Na contramão da tragédia - Bebê encontrado em acidente foi identificado pela avó no Hospital Evangélico, após ser salvo pelo pai


Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Desastre na BR-277, em Morretes, envolveu o caminhão e outros 12 veículos e deixou cinco mortos

Curitiba - A vida preservada de um bebê, que nasceu há duas semanas, salvo ileso em meio ao horror do acidente de domingo com um caminhão-tanque no Km 33 da BR-277, em Morretes (Litoral), e o relato de um dentista que entregou ao bombeiro o recém-nascido, informando que o bebê foi trazido pelo pai com o corpo em chamas, causaram um sopro de alívio na contramão da tragédia que envolveu outros 12 veículos e, até o início da noite de ontem, contabilizou cinco mortes. A pequena órfã de um pai herói foi reconhecida pela avó paterna, ontem, que veio de Morretes até o Hospital Evangélico, em Curitiba. A menina, segundo a assessoria do hospital, se chama Maria Fernanda Fernandes e deve receber alta hoje.
Ainda conforme informações da assessoria do Evangélico, a avó não quis ser identificada, mas afirmou que o filho havia ido até Morretes para visitá-la na companhia do bebê, que estava na cadeirinha do veículo, um Celta, e da mãe de Maria Fernanda, cujo nome é Caroline Fernandes. A avó não autorizou a divulgação do nome do filho. A assessoria também reafirmou que a bebê chegou sem qualquer arranhão, apenas com um pedaço da roupa chamuscado e só permaneceu internada para o monitoramento dos pulmões, uma vez que Maria Fernanda inalou fumaça.
O Hospital Evangélico ainda recebeu duas pessoas atingidas pela explosão do caminhão que provocou esse acidente ao perder os freios, tombar e explodir com a carga de álcool que carregava. Um homem de 41 anos, com ferimentos leves, recebeu alta ontem, e uma mulher, sem idade confirmada, que teve queimaduras de 2º grau pelo corpo, segue internada mas, segundo o hospital, está fora de risco de morte.
Em entrevista a uma rede de televisão, o dentista que entregou Maria Fernanda ao bombeiro, contou que seguia em direção a Curitiba, sentido contrário à pista em que vinha o caminhão-tanque, quando visualizou um clarão. Ele estava em um CrossFox com amigos e a filha, em um total de quatro pessoas. Os passageiros saíram do carro e ele caiu na valeta ao lado da pista. O dentista afirmou que, na sequência, recebeu a bebê de um homem com o corpo em chamas, que surgiu no local. Ele também explicou que permaneceu com a criança no colo por duas horas até entregar aio bombeiro.

VÍTIMAS
De acordo com informações do inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Wilson Martinez, durante o atendimento do acidente no domingo, foram encontrados três mortos, pai, filho e a namorada, em um dos carros atingidos. Na manhã de ontem, um quarto corpo, reconhecido como o pai da bebê, foi encontrado em um barranco às margens da rodovia. No final da tarde de ontem, a quinta vítima fatal desse acidente foi encaminhada ao Instituto Médico Legal (IML) de Paranaguá. Até o fechamento, o IML só confirmou que se tratava de uma mulher de 21 anos, mas ninguém confirmou se era a mãe da criança.

DOLO EVENTUAL
O motorista do caminhão não se feriu e foi encaminhado para a Delegacia de Morretes. Os exames toxicológicos deram negativo, mas ele confirmou em depoimento saber que os freios estavam com problemas. Por essa razão, segundo o investigador, o policial civil Vinícius Andrade, ele permanece detido porque irá responder por "dolo eventual sem intenção de matar". Em nota, a empresa responsável pelo caminhão, a Concórdia Logística S.A, disse lamentar "profundamente o acidente ocorrido em Morretes (PR), no último domingo". Também informou que vai apoiar às vítimas e familiares envolvidos, mas não esclareceu a questão dos freios.
Magaléa Mazziotti
Reportagem Local/FOLHA DE LONDRINA

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