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Tempo seco coloca 50 cidades do Paraná em nível crítico para incêndios florestais

A ocorrência de geada, somada à queda das temperaturas e à falta de chuva, aumenta os riscos de incêndios em vegetações de áreas urbanas e rurais nessa época do ano. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), há 50 municípios no Paraná com índice crítico para incêndios florestais – última escala da classificação, que leva em conta fatores como temperatura, quantidade de chuvas nos últimos 15 dias, umidade relativa do ar e tipo de bioma na região, entre outros.

A Defesa Civil Estadual, o Corpo de Bombeiros, o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e a Polícia Ambiental alertam a população para que contribua com o trabalho de prevenção de incêndios e que tenha muita atenção com o manejo do fogo. O presidente do IAP, Luiz Tarcísio Mossato Pinto, explica que os incêndios, principalmente em áreas de florestas, causam prejuízos ao meio ambiente e também à saúde do ser humano. "Incêndios em vegetação podem acarretar ainda a perda de biodiversidade, contribuindo para o desequilíbrio florestal, erosão do solo, além de problemas econômicos, quando ocorre em áreas de produção agrícola", disse.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, em 2016 foram atendidas 4.148 ocorrências de incêndios ambientais no Paraná, com seis vítimas. O mês com maior número de casos foi, de forma atípica, abril. Em 2015, foram registradas mais de 7 mil ocorrências de incêndio ambiental e, em 2014, 6,7 mil atendimentos.

Historicamente, segundo o Corpo de Bombeiros, os meses de julho e agosto são os de maior incidência, somando 2.716 casos de incêndios ambientais em 2013. "A preocupação do comando da Corporação é intensificar as campanhas preventivas em todo o Estado para que todos auxiliem e cuidem do meio ambiente quando chegarmos no período crítico", disse o major Lorenzetto, chefe da Comunicação Social do Corpo de Bombeiros. Para ele, grande parte dos incêndios poderia ser evitada com cuidado e prevenção. "A frequente limpeza do mato, o cuidado com produtos inflamáveis, a conscientização da população, a prática de retirada de ramos (desrama), o fácil acesso à captação de água e a elaboração de um plano preventivo são medidas essenciais para que a extinção do fogo se torne mais rápida e, consequentemente, menos catastrófica", explica.

Outras precauções que devem ser tomadas são não soltar balões ou fazer fogueiras, não jogar bitucas de cigarro pela janela dos carros, assim como outros resíduos, como garrafas de vidro que podem servir como uma lupa e potencializar a incidência do sol sobre a vegetação.

Crime

O IAP e a Polícia Ambiental lembram que provocar incêndios em vegetação nativa sem a devida autorização e o conhecimento de órgãos ambientais competentes é crime ambiental. O dono do terreno ou a pessoa responsável pelo manejo do fogo pode sofrer as sanções previstas na Lei de Crimes Ambientais e receber multas que variam de acordo com a área queimada.

Dados do Corpo de Bombeiros mostram que na última década foram atendidas mais de 97 mil ocorrências relacionadas a queimadas e incêndios florestais no Paraná. Nestas ocorrências estão contabilizados desde um pequeno foco em um terreno baldio até um incêndio florestal de grandes proporções. "Muitas vezes, esse pequeno foco pode virar uma tragédia ambiental e colocar vidas humanas em risco, se não for controlado a tempo", disse o tenente Vidal.

Grupo técnico

O Governo do Paraná formou um grupo técnico para elaborar uma série de estratégias de prevenção e combate a incêndios florestais nas 68 unidades estaduais de conservação do Estado.

Composto por profissionais da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil Estadual, Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Corpo de Bombeiros, Sanepar e Batalhão de Polícia Militar Ambiental, desde o ano passado o grupo elabora planos de contingência para as unidades de conservação, ações de educação ambiental e informações para a sociedade sobre riscos dos incêndios florestais e os prejuízos sociais e ambientais que eles causam.

O objetivo é desenvolver práticas de prevenção e combate a incêndios para a orientação da sociedade e promover a participação da comunidade. Um projeto-piloto será desenvolvido nas Unidades de Conservação Estaduais na Serra do Mar, contemplando os Parques Estaduais do Pau Ôco, Serra da Baitaca, Graciosa, Pico Paraná, Pico Marumbi e mananciais da serra, além do Caminho do Itupava.

Também há participação da Federação Paranaense de Montanhismo (Fepam) e sua brigada voluntária, de associações de montanhistas e de moradores, que estão diretamente envolvidas com as ações que envolvem a prevenção dos incêndios florestais na região do projeto-piloto.

O presidente do IAP explica que, muitas vezes, os próprios visitantes das Unidades de Conservação podem colocar sua segurança em risco com cigarros, fogueiras ou até mesmo soltando balões dentro ou perto desses locais. "É preciso que toda a população esteja ciente dos riscos de segurança e dos danos ambientais que os incêndios provocam, tanto para as áreas naturais protegidas como para toda a população que vive no entorno delas. Sem esquecer que a prática de soltar balões e provocar incêndios em mata e florestas é crime ambiental", disse ele.

A rede de atendimento proporcionará maior segurança à população, além de inseri-la neste contexto de prevenção e conservação do meio ambiente. "Já foram desenvolvidos padrões para o plano de contingência, definidos equipamentos mínimos para o combate a incêndio e, também, estão em discussão estratégias para o trabalho com a população", explicou o Tenente Marcos Vidal, da Defesa Civil Estadual. Segundo ele, a aliança entre as instituições é importante para que sejam formalizados os protocolos e para que se institucionalizem as ações, conforme a competência relativa a cada um.
Redação Bonde com IAP/FOLHA DE LONDRINA

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