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Última semana do ano tem 16 mortos por afogamento

As altas temperaturas registradas em todo o Estado nos últimos dias fizeram aumentar a procura por rios, lagos, praias e piscinas. Os balneários e clubes são boas opções para se refrescar em dias que os termômetros marcam até 37º C. Porém, quando se trata de água, todo cuidado é pouco. Somente na última semana de 2016, 16 pessoas morreram afogadas no Paraná.

O caso mais grave foi registrado na segunda-feira (26), no Alagado do Rio Iguaçu, em Candói (Centro-Sul). Seis jovens com idades entre 16 e 21 anos nadavam trecho do rio que fica a cerca de 30 quilômetros da sede do município. Um deles se afogou e o restante do grupo tentou ajudá-lo. Somente um dos jovens conseguiu escapar com vida. Três corpos foram resgatados no mesmo dia e os outros dois só foram localizados pela equipe de buscas na tarde do dia seguinte.

O domingo de Natal também foi trágico. Foram cinco mortes, porém em situações distintas. Um homem de 44 anos morreu afogado em uma fazenda próxima à PR-090, em Jaguariaíva (Campos Gerais). Pouco depois, um jovem de 19 anos também morreu ao se afogar em um açude na zona rural de Sengés, na mesma região. Os bombeiros ainda resgataram o corpo de um homem de 39 anos que se afogou em uma represa no Assentamento Iraci Salete, em Alvorada do Sul, na Região Metropolitana de Londrina.

Na Região Metropolitana de Curitiba ocorreram duas mortes por afogamento no Natal. A primeira de um homem de 20 anos, no Ribeirão Tigre, em Campina Grande do Sul, em uma região próxima à Estrada da Graciosa; e a outra de um adolescente de 17 anos, no Ribeirão Vermelho, em Quitandinha.

Já na terça-feira (27) quatro pessoas morreram afogadas: dois idosos em um açude de União da Vitória (Sul); uma adolescente de 15 anos, no lago do Jardim Botânico de Ivaiporã (Vale do Ivaí); e um jovem de 22 anos no Lago Norte, em Londrina. Na tarde de quarta-feira (28), um jovem de 22 anos morreu afogado em um represa na zona rural de Cidade Gaúcha, no Noroeste. O caso mais recente ocorreu no sábado (31), quando uma criança de 12 anos se afogou em Pontal do Paraná.

Barragem do Lago Igapó, na zona sul, é um dos locais
mais procurados pelos banhistas em Londrina

LONDRINA
Apesar de o banho ser proibido nos três lagos da área urbana de Londrina – Igapó, Norte e Cabrinha – muitas pessoas procuram os espaços para nadar. Um dia depois da morte do londrinense, os dois lagos da zona norte estavam vazios. Em compensação, o Igapó estava cheio de banhistas.

Cristiano Oliveira de Jesus, de 37 anos, é morador de Naviraí (MS) e aproveitou a tarde de quarta-feira (28) para se divertir com a família no Lago Igapó. Advertido pela reportagem, ele disse que todos eram nadadores experientes. "Estamos acostumados a nadar em rios grandes e também não abusamos", contou. Outros dois adolescentes que faziam saltos acrobáticos na água também ignoravam a proibição ao banho. "Eu venho direto aqui, nunca aconteceu nada. Se tomar cuidado não acontece nada", disse um dos jovens, de 16 anos, morador do Jardim União da Vitória, na zona sul.

ORIENTAÇÕES
O Corpo de Bombeiros orienta a população a sempre respeitar as placas de proibição ao banho. "Se há restrição, com certeza existe um motivo, que pode ser risco de afogamento ou qualidade da água imprópria para o banho", explica o tenente Jonathan Prado. A recomendação é para que os banhistas sempre procurem lugares com observação e evite nadar em trechos isolados. "Se não houver um ponto com uma equipe de guarda-vidas nas proximidades, o ideal é não se arriscar em águas profundas e procurar sempre um local onde seja observado por pessoas que possam pedir ajuda em caso de emergência", aconselha.

O excesso de confiança é outro fator que pode levar o banhista à morte. "Tem muitas pessoas que sabem nadar, mas que se arriscam em longos trechos de grande profundidade. Um mal-estar ou qualquer outro imprevisto grave pode ser fatal", alerta. No caso de crianças e adolescentes, não se pode descuidar da supervisão. "Qualquer segundo de descuido pode acarretar em graves consequências. Crianças e adolescentes são os mais vulneráveis", aponta.

Prado lembra também que em época de festas de fim de ano, há aumento do consumo de bebidas alcoólicas e comidas pesadas. "Se a pessoa bebeu demais ou comeu aquela comida pesada, o ideal é que não entre na água, pois pode passar mal e acabar se afogando", adverte. "Todas essas ações passam pelo bom-senso. Ter cuidado com a água é garantir que o fim de ano não se transforme em tragédia", diz. Por fim, ele ressalta que se a pessoa não tiver experiência em resgastes, ela não deve tentar fazer o salvamento. "Entendemos que são situações críticas, mas a orientação é para que as pessoas entrem em contato com os Bombeiros pelo 193", reforça.(Colaborou Érika Gonçalves)
Celso Felizardo
Reportagem Local/FOLHA DE LONDRINA

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