[Fechar]

Últimas notícias

Despedida de d. Albano Cavallin lota Catedral

Fiéis lotaram a Catedral Metropolitana de Londrina nesta sexta-feira (3) para o adeus ao arcebispo emérito de Londrina, d. Albano Bortoletto Cavallin, que morreu na quarta-feira (1º), aos 86 anos, durante uma cirurgia cardíaca. O sepultamento foi antecedido pela cerimônia das Exéquias - orações dirigidas a pessoa falecida – presidida pelo administrador apostólico da Arquidiocese de Londrina e bispo de Cornélio Procópio, d. Manoel João Francisco.
Participaram da celebração o arcebispo d. Orlando Brandes, administrador apostólico da Arquidiocese de Aparecida, os cardeais d. Odilo Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, e d. Geraldo Majella Agnelo, o arcebispo emérito de Curitiba, d. Pedro Fedalto, além de padres, diáconos e bispos de várias regiões do Paraná. O corpo de d. Albano foi sepultado na cripta, localizada no subsolo da Catedral.
Durante a solenidade, d. Orlando relembrou a trajetória de d. Albano, destacando suas realizações na Igreja Católica, na ajuda aos pobres e necessitados e sua atuação no trabalho de catequização. "Dom Albano foi muito amado e abriu esse caminho para a gente ver Jesus nele", destacou o arcebispo, que também relembrou um hábito do arcebispo emérito, que todos os dias, antes de se levantar da cama, tomava nas mãos a imagem de Nossa Senhora Aparecida e abençoava a Igreja. "Dom Albano foi um místico irrequieto", definiu.
Arcebispo de Cascavel (Oeste) e presidente da Regional Sul 2 da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), d. Mauro Aparecido dos Santos lembrou da alegria e otimismo com que d. Albano recebia os recém-chegados ao episcopado. "Temos muito a agradecer ao ministério de d. Albano no trabalho de catequese", salientou. "Ele sempre foi muito preocupado em facilitar a compreensão da mensagem de fé para o povo e ensinava a metodologia da pregação", relembrou o cardeal d. Odilo Scherer, aluno de d. Albano na década de 1970.
Nos últimos dias, o ecumenismo foi uma das características de d. Albano mais salientadas por todos aqueles que o acompanharam na sua jornada missionária.
Bastante emocionado durante a cerimônia de funeral, o supervisor islâmico no Brasil, sheik Ahmad Mahairim, fez questão de lembrar das muitas palestras islâmicas que proferiu na Catedral Metropolitana de Londrina a convite do arcebispo emérito e do apoio recebido de d. Albano na época da construção da mesquita em Londrina. "Quando cheguei aqui, em 1973, para construir a mesquita, recebemos a visita de d. Albano, que nos deixou animados demais. Ele sempre nos incentivou a buscar os pontos em comum entre o islamismo e o cristianismo. O islã acredita em Deus e o cristianismo acredita em Deus", disse o sheik. "Dom Albano era um homem de fé, de paz. Nunca ninguém reclamava dele ou o criticava."
Após a cerimônia de Exéquias, o corpo de d. Albano foi conduzido sob uma salva de palmas até a cripta, construída no subsolo da Catedral. O sepultamento foi restrito às autoridades religiosas e representantes da Fraternidade Toca de Assis, entidade que sempre contou com o apoio do arcebispo emérito. A entrada dos fiéis na cripta foi liberada após o sepultamento.
Do lado de fora, centenas de fiéis se despediram de d. Albano. "É um momento de alegria e de tristeza ao mesmo tempo. Ele foi muito importante para a Igreja e para o apostolado. Era uma pessoa extremamente carismática e que só pensava e pregava coisas boas", disse Diomar Siena.
Com os olhos cheios de lágrimas, Ana de Souza disse que irá se lembrar sempre de d. Albano como uma pessoa "amorosa, linda e abençoada". "Desejo que ele esteja em um bom lugar e que de lá possa olhar por nós. Espero que lá no céu ele possa pedir a Deus que dê paz e esperança para nós, aqui no Brasil."
Simoni Saris
Reportagem Local/FOLHA DE LONDRINA

Nenhum comentário

UA-102978914-2