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Sistema de silo-bolsa se torna alternativa

Os silos-bolsa ou silos-bags possuem 61 e 76 metros, com capacidade de armazenar 180 e 250 toneladas, respectivamente


Estima-se que a capacidade estática do Paraná é de 30 milhões de toneladas, o que numa conta simples representa 75% da safra esperada de grãos neste ano. Essa deficiência na armazenagem acaba se tornando um gargalo e, claro, uma oportunidade dentro do mercado do agronegócio. É o caso do empresário Adriano de Lara Lucinda, que no ano passado abriu a Thá Agrícola, focada no atendimento de produtores e cooperativas com a locação do sistema silo-bolsa, bolsas horizontais (ou silos-bags) de polietileno que acabam substituindo os silos verticais, prometendo economia e rapidez para solucionar os problemas de armazenagem.

Atualmente Adriano atende quatro cooperativas fortes no Paraná, com atuação inclusive no Mato Grosso do Sul. Ele explica que este ano disponibilizou bolsas para armazenar 43 mil toneladas de grãos, aumento de praticamente 40% comparado a safra passada. "Abri a empresa há um ano e meio após conversar com um amigo que atua no segmento. Percebi que havia espaço para mim e o retorno tem sido bem interessante".

Hoje ele conta com 9 colaboradores na área operacional, que viajam com os equipamentos para armazenar os grãos nos silos-bolsa, que possuem 61 e 76 metros, com capacidade de 180 e 250 toneladas, respectivamente. "Muitas cooperativas estão me procurando já pensando no milho safrinha, que vai ser colhido em alguns meses. Com a safra cheia e os preços mais baixos da soja, muitos produtores não vão querer vender o produto e as cooperativas precisam arrumar espaço para esse volume grande. As bags são uma solução prática e versátil, pensando claro, no curto prazo".

Para quem "vende o peixe" das bags, a promessa é baixo investimento inicial, a escolha do melhor momento para a comercialização do grão, fácil separação de diferentes variedades e qualidades, além de segurar a commodity para vender no momento certo, exatamente como um silo tradicional vertical, mas sem o investimento que pode chegar a R$ 3 milhões para 150 mil toneladas. "Se a soja entrar 'no seco', com 12% a 13% de umidade, pode ficar na bag por até dez meses. Sem pensar na prestação do serviço, o custo por saca gira em torno de R$ 0,50", compara o empresário. Em regime de emergência o grão pode ser armazenado com umidade entre 15% e 16%, "mas por até 30 dias", alerta.

O negócio está tão forte, indo de "vento em popa", que Adriano deve continuar investindo para atender a demanda crescente. Hoje ele possui três conjuntos que inclui maquinário e caminhões para atender cerealistas e cooperativas. "Minha ideia é adquirir mais dois conjuntos, no valor de R$ 190 mil cada. A expectativa é fechar 2017 com o crescimento de 30% no faturamento", complementa.

A variedade de grãos na qual pode ser utilizado nas bags é grande, incluindo arroz, soja, milho, trigo, sorgo, aveia, cevada, girassol, entre outros. Segundo uma das fabricantes que existem no País, "por ser um sistema hermético, ou seja, por não existir troca com o meio externo, os grãos no interior da bolsa ao respirarem consomem todo o oxigênio remanescente e o transformam em gás carbônico. Esta nova atmosfera modificada é letal para insetos, fungos e bactéria e é uma das responsáveis pela segurança dos grãos armazenados".
Victor Lopes
Reportagem Local/FOLHA DE LONDRINA

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