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(07-07-2017)Paraná chegará a 12,2 milhões de habitantes em 2040



O Paraná deve ganhar cerca de 1 milhão de habitantes nas próximas duas décadas. A estimativa é que a população chegue a 12,2 milhões em 2040. Os dados são da Projeção da População dos Municípios do Paraná 2017-2040, divulgada nesta quinta-feira (6) pelo Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social). Pelo estudo, que compara dados do Censo 2010 com a estimativa para 2040, o acréscimo populacional em 30 anos será de 16,8%.

Os números apontam que a população deve atingir a marca de 12 milhões de pessoas antes de 2030 e ficar estável nos dez anos seguintes. Dos 399 municípios paranaenses, 223 devem perder população, sendo que 204 deles estão na faixa de menos de 20 mil habitantes. Já 176 cidades devem ter aumento no número de moradores. Se a projeção se confirmar, Pontal do Paraná (Litoral) irá dobrar a população, passando de 20,9 mil para 41,7 habitantes. Já na outra ponta da tabela, as vizinhas Altamira do Paraná e Nova Cantu (Centro-Oeste) podem perder metade dos habitantes, ficando com 2.100 e 3.600 respectivamente.

Entre os municípios mais populosos, Curitiba passa de 1,7 milhão para 1,9 milhão de habitantes e segue na liderança com folga, com variação de 11,5%. Londrina continua como a maior cidade do interior, atingindo 628 mil, com Maringá na sequência (552 mil). As alterações começam a partir da quarta posição do ranking, que passa a ser ocupada por São José dos Pinhais. O polo industrial da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) salta de 264 mil para 469 mil e ultrapassa Ponta Grossa (386 mil) e Cascavel (377 mil). A cidade é a que mais deverá ganhar moradores: 205 mil entre 2010 e 2040, mais que Curitiba, que terá 203 mil novos habitantes no mesmo período.

Foz do Iguaçu é a única entre as dez mais populosas que registra projeção de decréscimo populacional. Segundo o Ipardes, Foz cai de 256 mil para 219 mil habitantes (-14,4%), o que a faz perder a 7ª posição no ranking para Colombo (274 mil). Confirmando a tendência de inchaço da RMC, Araucária sobe quatro posições na lista e deverá ser a 9ª mais populosa em 2040, com 195 mil habitantes, ultrapassando Guarapuava (176 mil). Desta forma, Paranaguá deixa a lista das dez maiores cidades do Estado.

O estudo estima um aumento da participação da mesorregião de Curitiba, que em 2010 representava 33,5% do total da população no Estado, e em 2040 deverá representar 36,6%. Já a mesorregião do Norte Central Paranaense deve passar, na mesma base de comparação, de uma participação de 19,5% para 20,6%. O número de cidades com mais de 100 mil habitantes passa de 18 para 24 em relação ao ranking de 2010. Passam a integrar esse grupo, cidades como Cambé (108.452), Francisco Beltrão (108.017), Sarandi (107.880), Fazenda Rio Grande (148.617), Cianorte (107.224) e Piraquara (162.122).

ENVELHECIMENTO

As projeções apontam também o aumento da população idosa e diminuição de jovens. A população de até 14 anos deve passar de 20,8% em 2017 para 14,6% do total do Estado. A população idosa (65 anos e mais) passa de 9,2% para 19,9% no período. Essa tendência, explica o diretor de pesquisas do Ipardes, Daniel Nojima, é verificada em todo Brasil e está associada ao declínio da natalidade e à ampliação da expectativa de vida.

O processo é mais acentuado na capital e em municípios com menos de 10 mil habitantes, onde se verifica a migração de jovens para outros municípios em busca de oportunidades. "São cidades de base agropecuária, que vivem também um processo de mecanização das lavouras, e os jovens acabam indo para municípios vizinhos. São migrações de curta distância bastante regionalizadas", diz Nojima.

Pelo estudo, nas pequenas cidades, a média da proporção de idosos com relação à população total passa de 11,3% em 2017 para 24,2% em 2040. Em Curitiba, de 9,6% para 21,3% no mesmo período. "A capital já é uma cidade madura, passou por vários ciclos demográficos, que apresenta queda de natalidade e maior expectativa de vida", diz Nojima.

As projeções do Ipardes levam em conta componentes demográficos como o estoque de população, nascimentos, mortes e os saldos migratórios. O diretor do Ipardes enfatiza que os resultados são importantes para subsidiar o planejamento de políticas públicas. "O Paraná já tem uma população mais envelhecida que a média brasileira. Certamente o perfil do mercado de trabalho vai ter que mudar. Teremos implicações tanto para o setor educacional quanto para saúde pública. Questões que precisarão ser pensadas para um planejamento futuro", afirma.
Celso Felizardo
Reportagem Local/FOLHA DE LONDRINA

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