[Fechar]

Últimas notícias

No Paraná, ano novo começa com fuga de 19 presos em três unidades (UM DOS FUGITIVOS DE ASSAÍ FOI RECAPTURADO NESTA TERÇA, 02)

Dezenove presos fugiram de delegacias do Paraná nos dois primeiros dias de 2018. Os números foram contabilizados pela Adepol (Associação dos Delegados de Polícia do Estado do Paraná). No município de Assaí (Região Metropolitana de Londrina), seis detentos quebraram uma parede da carceragem da delegacia e serraram a grade que dava acesso aos fundos do imóvel. A fuga ocorreu nesta segunda-feira (1º) quando o local que tem capacidade para 24 detentos abrigava 54. Até a noite de terça, 02, um dos fugitivos havia sido recapturado na cidade de Jataízinho. 

Ainda nesta segunda-feira, quatro detentos fugiram da carceragem da delegacia de Altônia (Oeste). Nesta terça, nove presos conseguiram escapar das celas do 11º Distrito Policial de Curitiba. No intervalo de uma semana, a associação registrou ocorrências em 11 unidades. Mais de cem presos fugiram no Paraná. O levantamento informal foi feito por policiais civis e leva em conta detentos que escaparam de cadeias públicas da capital e do interior desde o dia 27 de dezembro, quando 16 fugiram e outros quatro ficaram feridos em um incêndio provocado pelos próprios internos em duas galerias da carceragem da delegacia de Cambé. O local projetado para até 52 pessoas tinha 193 no momento da fuga.

Segundo o levantamento, além dos oito foragidos de Cambé, outros 16 escaparam em Ibaiti, dos quais dez foram recapturados. Na sexta-feira (29), dez detentos que escaparam de Marilândia do Sul. No sábado (30), 15 fugiram do 8º Distrito Policial de Curitiba e dez da carceragem da Polícia Civil em Guarapuava. No domingo (31), sete escaparam em Almirante Tamandaré, 20 fugiram do 11º Distrito Policial de Curitiba, 17 da carceragem de Prudentópolis, seis escaparam em Engenheiro Beltrão e um fugiu do 13° Distrito Policial da capital.

O vice-presidente da Adepol, Daniel Fagundes, destacou que faltam informações oficiais. Em 2016, a associação instalou o chamado 'fujômetro' em frente à sede da Adepol, em Curitiba. Naquele ano, mais de 900 presos fugiram das carceragens das delegacias do Estado. No entanto, no ano passado, o número ficou próximo a 500. "A Sesp [Secretaria de Estado da Segurança Pública] não divulgou os dados oficialmente. Fazemos as estatísticas de acordo com as informações dos colegas, mas, às vezes, fugas menores nem são repassadas", comentou.

Conforme Fagundes, fuga de presos das carceragens da Polícia Civil é um problema histórico no Paraná, mas a situação se agravou durante o atual governo. "O problema não é a superlotação. O problema é que carceragem não é lugar de presos, mas sim, os presídios. […] É uma gestão obscura que vive de maquiagem. Não adianta a Polícia Civil prender e o detento fugir em poucos dias. Há poucos servidores na polícia para que seja feito esse 'retrabalho' diariamente", criticou. A população carcerária do Paraná é de 30 mil presos, dos quais um terço - ou cerca de dez mil - está em carceragens da Polícia Civil.

Em nota, a Sesp e o Depen (Departamento Penitenciário) informaram que "estão cientes do problema da superlotação" e que "a cúpula da segurança pública tem trabalhado para reduzir o número de presos em delegacias" com transferências semanais que dependem de autorização do Judiciário. Apenas duas das 14 obras prometidas de construção e ampliação de unidades prisionais estão em andamento. Já o número de presos monitorados por meio de tornozeleiras eletrônicas saltou de 500, em 2015, para mais de 6 mil. Além das obras nas unidades, a intenção é instalar celas modulares, as chamadas "shelters", para aumentar a quantidade de vagas no sistema prisional do Estado. (Com Redação Bonde)
Viviani Costa
Reportagem Local/FOLHA DE LONDRINA

Nenhum comentário

UA-102978914-2