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Paraná registrou 275 mortes em confrontos policiais no ano passado

Um balanço divulgado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) nesta quarta-feira (17) apontou que no ano passado, 275 pessoas morreram em confrontos com policiais no Paraná, onze a mais que 2016. Do total de ocorrências de 2017, 131 mortes ocorreram no segundo semestre, quando houve ligeiro recuo em relação ao primeiro semestre, que fechou com 144 casos.

O controle de mortes em confrontos pelo Gaeco está sendo feito desde 2015. Neste período, o número acumulado de mortes chega a 786 casos. Em nota, o Ministério Público ressaltou que tem entre suas funções o controle da atividade policial, a partir de informações repassadas pelas polícias Militar e Civil e pelas Guardas Municipais. O relatório foi encaminhado à Sesp (Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária), e aos responsáveis pelas polícias Civil e Militar.

Dos 275 óbitos do ano, 263 foram em situações que envolveram policiais militares, seis com policiais civis e seis com guardas municipais. Do total, 229 ocorreram em "situação normal de serviço" e 46 em situação de folga dos policiais ou guardas municipais. As mortes derivam de 236 eventos, isto é, situações de enfrentamento. Em algumas situações houve morte de mais do que uma pessoa. Os confrontos ainda deixaram 236 feridos, um número 17% menor do que o verificado em 2016, quando foram anotados 284 feridos.

"O levantamento permite o pronto acompanhamento dos casos pelas Promotorias de Justiça, em todo o Estado, de modo a assegurar a correta apuração das mortes e contribuir para diminuir a letalidade das abordagens e confrontos policiais", traz a nota.

MUNICÍPIOS
Foram registradas mortes em confrontos em 37 cidades paranaenses no segundo semestre do ano passado. A região de Curitiba concentrou grande parte dos casos: foram 47, na capital; sete em São José dos Pinhais e cinco em Fazenda Rio Grande. No interior, constatou-se, no segundo semestre de 2017, 13 mortes em Londrina; cinco em Maringá e em Cascavel; quatro em Guarapuava. No semestre anterior, as mortes em confrontos haviam sido registradas em 43 municípios. Foram 31 na capital, 14 em Londrina e 11 em São José dos Pinhais.

A Sesp se pronunciou por meio e nota e lamentou que haja confrontos. "As polícias trabalham para que não ocorram os delitos. A polícia é o limite entre a criminalidade e o cidadão de bem e, por isso, o confronto é sempre a último passo na defesa da sociedade". Ainda segundo a nota, uma das causas dos números é a presença cada vez maior da polícia. "O trabalho da polícia é eminentemente repressivo. Se hoje temos índices de criminalidade em queda é porque a polícia está mais presente, mais atuante e mais exigida".

A presença de quadrilhas especializadas com armamentos pesados também foi citada pela Sesp. "Hoje há eventos cada vez mais frequentes envolvendo fuzis e metralhadoras. Além disso, a polícia tem trabalhado para atender com mais antecedência nas situações de flagrante, resultando em acompanhamento tático, com perseguições policiais nas quais o sujeito está armado, com alto nível de tensão e acaba enfrentando a guarnição policial."

Por fim, a Sesp diferencia as mortes em confrontos de abuso policial. "O que se precisa analisar, caso a caso, é se houve algum abuso nesse processo. Hoje vários ambientes são monitorados, com câmeras, inclusive em locais privados. As corregedorias das polícias têm toda autonomia e liberdade para apurar caso haja algum abuso", finaliza.
Reportagem Local/FOLHA DE LONDRINA

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